A ação da Nielsen está em alta de mais de 35% agora à tarde com a notícia de que um consórcio de firmas de private equity – incluindo a Elliott Management – está negociando a compra do controle da empresa.
Segundo o The Wall Street Journal, que deu a notícia em primeira mão, a transação avaliaria a Nielsen – uma das maiores empresas de análise de mercado do mundo – em US$ 15 bilhões, incluindo as dívidas.
O valor é substancialmente maior que o enterprise value da empresa hoje.
Antes da notícia do WSJ, a Nielsen valia US$ 6,2 bilhões na Bolsa de Nova York e tinha uma dívida de US$ 5 bilhões – um EV de pouco mais de US$ 11 bi.
O WSJ disse que as conversas com os bancos e instituições estão progredindo e que a transação pode ser concluída nas próximas semanas.
As negociações vêm dois meses depois da Nielsen fazer o spinoff de uma unidade chamada Global Connect – que faz análise de mercado para varejistas e empresas de consumo – e vendê-la para a Advent por US$ 3 bilhões.
Esse plano de desinvestimento foi criado, em grande parte, pela própria Elliott, que já é acionista da Nielsen desde 2018.
Há dois anos, quando chegou a 13% do capital da empresa, a Elliott assinou um acordo com a Nielsen, que concordou em colocar no conselho um executivo indicado pela gestora, criar um comitê de finanças e separar seu negócio em dois.
Com o spinoff, a Nielsen ficou apenas com o negócio de análise de mídia – que sempre foi o ‘core’ da empresa mas tem sofrido nos últimos anos com a queda na audiência dos canais de televisão.
As estimativas da audiência dos canais de TV são usadas pelas redes para vender publicidade, e pelas agências de marketing para analisar potenciais canais de divulgação.
Recentemente, a Nielsen começou a oferecer também métricas de audiência dos serviços de streaming – mas o movimento não foi suficiente para segurar a queda de suas ações.
Desde o high em 2016, quando o papel chegou a negociar a US$ 55, a empresa já perdeu quase 70% de seu valor de mercado, sem considerar a alta de hoje.