A venda da corretora Warren tem atraído interessados – mas, segundo pessoas que acompanham o processo, ainda falta consenso sobre preço.

Algumas ofertas indicativas têm girado em torno de R$ 250 milhões a 300 milhões, menos da metade do que a Warren almeja, executivos próximos às negociações disseram ao Brazil Journal.

O mandato de venda está com a Seneca Evercore há cerca de três meses, e o objetivo é negociar com players estratégicos locais, estrangeiros e empresas de outros setores que queiram montar uma infraestrutura de investimentos, disse uma fonte próxima à corretora.

Por enquanto, entre os interessados estão corretoras e assessorias de investimento – como a EQI e a Monte Bravo – e bancos como BTG e XP.

Com o mercado mais maduro, o valuation não é mais um múltiplo da custódia – hoje em torno de R$ 20 bilhões – mas uma função do valor que pode ser gerado pelo comprador com ganhos de escala e aumento da receita por cliente.

A Warren foi fundada em 2017 por ex-sócios da XP – entre eles, Marcelo Maisonnave e Tito Gusmão – com a proposta de oferecer uma assessoria financeira sem conflitos de interesse.

A empresa adotou já na largada o modelo fee-based – em que o cliente paga pela assessoria – e seus sócios criticam com frequência o sistema de remuneração transacional, ancorado em rebates.

A empresa captou US$ 105 milhões em diferentes rodadas de investimento, atraindo fundos como GIC, Citi Ventures e Kaszek. O breakeven veio apenas em 2023.

Um grande ativo da Warren são seus clientes institucionais, que vieram com a compra em 2021 da corretora Renascença, uma das maiores da B3 em renda fixa.

A empresa tem ainda uma plataforma de trading, a Elliot, que negocia por mês em torno de 10 milhões de mini-contratos, entre os principais da B3, como dólar e Ibovespa.

A Warren deve faturar cerca de R$ 220 milhões neste ano, um recorde, mas manter o negócio no azul é um desafio. A empresa tem cerca de 100 mil clientes no varejo.