Nicolas Maduro está propondo vender o controle dos ativos de petróleo da Venezuela para grandes corporações internacionais.
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A decisão — que acabaria com um monopólio estatal que já dura quase quatro décadas — vem no momento em que o país enfrenta sanções econômicas cada vez mais duras em meio ao colapso de sua economia, e equivale a sacrificar uma vaca sagrada da esquerda sindical no altar do realismo econômico.
Segundo a Bloomberg, representantes do governo venezuelano tem mantido conversas com empresas como a Rosneft, da Rússia, a Repsol, da Espanha, e a Eni, da Itália.
O plano é permitir que elas assumam ativos de petróleo hoje controlados pelo governo e reestruturem dívidas da Petroleos de Venezuela (PDVSA) em troca de equity na empresa, as fontes disseram à Bloomberg.
A proposta ainda está em estágio inicial e enfrenta fortes obstáculos.
Seria necessário mudar a legislação do país e há dúvidas sobre como financiar a operação. As sanções dos Estados Unidos, que desestimulam até empresas não americanas a fazer negócios com Maduro, complicam ainda mais a situação.
A PDVSA, que em seus tempos áureos chegou a produzir mais de 3,5 milhões de barris por dia, hoje produz cerca de 700 mil — apesar de estar sentada na maior reserva de petróleo conhecida no mundo.