A ação da Dasa subiu 8,8% na quarta-feira depois que a companhia anunciou a compra de seu primeiro hospital na Bahia. 

Alguns gestores acham que isso é só o começo. 

A tese dos comprados é que a diferença de múltiplo — entre a Dasa de um lado, e Rede D’Or e as verticalizadas de outro — é tão gritante que não pode durar muito tempo. Alguma diferença deveria existir porque 54% do negócio da Dasa é a medicina diagnóstica, que merece um múltiplo menor, mas o gap está muito largo.

A Dasa negocia a 26x o lucro estimado para o ano que vem. Pelo consenso Bloomberg, a Rede D’Or negocia a 44x, Intermédica a 40x, e Hapvida a 37x. (O Fleury, que não tem o negócio hospitalar, sai a 22x). 

Em tese, DASA3 não tem muito ’supply’: no re-IPO em abril, cerca de sete investidores ficaram com a maior parte da oferta — a maioria com perfil de ‘buy and hold’. 
 
Por outro lado, a soma do free float das quatro maiores empresas do setor de saúde — Rede D’Or, Dasa, Hapvida e Notredame Intermédica — dá cerca de R$ 122 bilhões. 

Se apenas 5% do float das outras decidir migrar para a Dasa, isso equivaleria a meses de fluxo para o papel, que nos últimos 30 dias negociou em média R$ 14 milhões/dia — uma porta de entrada reconhecidamente pequena para grandes fundos, mas que deve se alargar na medida em que a empresa fizer follow-ons para se adequar ao float mínimo exigido pelo Novo Mercado. 

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Outra forma de olhar a distorção: considerando aquele grupo de quatro empresas, a Dasa tem 18% do lucro, 12% do market cap, mas apenas 3% do free float combinado.

O consenso do sellside é um preço-alvo de R$ 81 nos próximos 12 meses. O papel fechou quarta a R$ 62, com a empresa valendo R$ 34 bi.  

Mais M&As podem ser o gatilho.