A Squadra Investimentos está apostando na queda das ações de uma empresa do ramo de seguros.
 
A gestora não diz o nome, mas a descrição que faz do ativo se encaixa perfeitamente no IRB, a empresa que detém o monopólio de fato dos resseguros no Brasil.
 
Em sua carta aos clientes publicada ontem à noite, a gestora de Guilherme Aché disse que “mais recentemente, têm nos intrigado a excepcional rentabilidade, baixa volatilidade e alta previsibilidade guiada para uma empresa do setor de seguros.” 
 
“Em um business que, tal como o setor de educação superior […], possui natureza commodity, chama atenção que tenhamos no Brasil a empresa distanciadamente mais rentável e mais cara do mundo no segmento.”  
 
O IRB tem um valor de mercado de cerca de R$ 29 bilhões e negocia a 7 vezes seu valor patrimonial. (Segundo a Bloomberg, o segundo ressegurador global mais caro por esta métrica negocia a 1,4 vezes.) No IPO do IRB, em julho de 2017, a ação saiu a R$ 27,24.  Hoje, negocia ao redor de R$ 94.
 
“Como os sinistros segurados e suas reservas possuem caráter de longo prazo e intrinsecamente envolvem um grau de subjetividade que já motivou comparações com um “self-graded exam”, nos indagamos se os resultados correntes refletem de fato a real lucratividade do negócio.” 
 
A Squadra — que fez seu nome em parte com um short contra a Anhanguera Educacional — disse que, ao longo do último semestre, “esse novo investimento se tornou uma das nossas principais posições short.”
 
Desde o início dos fundos da Squadra, em 31 de março de 2008, até o encerramento do ano passado, o Ibovespa teve uma valorização acumulada de 45,2%. O IBrX, um índice mais amplo, subiu 83,2%, e a inflação acumulada foi de 83,9%. No mesmo período, os fundos long-biased e long-only tiveram valorização de 447,4% e 478,5%, respectivamente.
 
Ontem, o Fundo de Garantia de Operações de Crédito Educativo (FGEduc), gerido pela Caixa, vendeu cerca de 8,9% do capital do IRB numa oferta organizada (follow-on) e, apesar de inúmeros relatos na imprensa de que a Berkshire Hathaway negociava a compra de uma fatia relevante do IBR, ainda não foi desta vez.  (Os rumores de um envolvimento de Buffett circulam ciclicamente desde antes do IPO.)
 
Segundo a Broadcast, as cinco maiores ordens de compra no follow-on vieram do Norges Bank, Hermes, Schroders, GIC e Wellington Management. Juntos, os estrangeiros responderam por 66% da oferta, que movimentou cerca de R$ 2,52 bilhões, segundo a agência.
 
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