A fintech sueca Klarna disse que o seu assistente desenvolvido pela OpenAI, a dona do ChatGPT, já faz o trabalho de 700 atendentes em tempo integral e resolve dois terços das demandas dos clientes.

O novo assistente IA está trabalhando há apenas um mês e já teve 2,3 milhões de conversas em 35 idiomas diferentes. E ainda vira a noite, em turnos de 24 por 7.

A empresa disse que o trabalho é tão bem feito que os clientes agora resolvem suas pendências em apenas dois minutos. Antes levavam 11 minutos em média.

Além disso, a conversa com imigrantes e expatriados ficou mais fácil, já que não existe mais a barreira da língua.

Os benefícios vão chegar ao bottom line: a Klarna projeta que seu lucro vai aumentar em cerca de US$ 40 milhões este ano por conta do novo “funcionário.”

É um anúncio e tanto, especialmente no momento em que a fintech está preparando um IPO que pode avaliá-la em US$ 20 bilhões, segundo a Bloomberg.

A Klarna não revela quanto investiu na empreitada IA, mas seu fundador e CEO, Sebastian Siemiatkowski, disse à Fortune que, por meio de um investidor em comum com a OpenAI, ele procurou Sam Altman no ano passado e disse: “Quero que a Klarna seja sua cobaia favorita.”

Ainda segundo a Fortune, Siemiatkowski acredita que as startups que adotarem ferramentas de IA passarão por uma enorme mudança em seu modelo de negócio no curto prazo, turbinando sua receita por funcionário.  Serão os “AI tigers,” no termo aparentemente cunhado por ele.

A Klarna – um expoente do mercado de ‘buy now pay later’, o nosso bom e velho parcelado sem juros – foi fundada em 2005 por Siemiatkowski e Niklas Adalberth, e tem sede em Estocolmo. Um de seus principais investidores é a Sequoia Capital.

A empresa entrou recentemente nos EUA, onde já tem 37 milhões de clientes. Em todo o mundo, são 150 milhões de usuários em 23 países.

A Klarna já foi a startup mais valiosa da Europa. Em uma rodada de 2021, chegou a valer US$ 45,6 bilhões. Na rodada mais recente, em meados de 2022, foi avaliada em menos de US$ 7 bilhões.

O Financial Times noticiou recentemente que a Sequoia tenta acabar com uma briga entre seus próprios sócios que estão no board da Klarna. Matt Miller, um dos sócios, deixou o conselho da fintech na semana passada depois de tentar destituir Michael Moritz, o sócio e hoje chairman da Sequoia que liderou os investimentos no Google, PayPal e na própria Klarna.

Enquanto isso tudo acontece, o assistente de IA segue trabalhando: atendendo os clientes, sem reclamar, e sem tretar com ninguém.