O S&P 500 teve em abril sua maior alta mensal desde janeiro de 1987.
Mas para um estrategista do Morgan Stanley, a recuperação da Bolsa americana é resultado de um fenômeno simples e perigoso: o fear of missing out (FOMO), aquela ansiedade ou medo de estar perdendo algo, neste caso, uma nova alta da Bolsa.
O FOMO sempre esteve associado a mercados em alta mas, neste momento, ele não é um bom sinal, já que os investidores têm negado o “dano real sofrido pelas economias globais,” Andrew Harmstone, o chefe da estratégia global de risco do Morgan, disse à CNBC.
“Esse comportamento indica que as pessoas ainda estão achando que as coisas vão voltar ao normal — ou a como elas eram recentemente — de forma muito rápida,” disse.
Para Harmstone, o otimismo (excessivo) dos investidores tem se sustentado na expectativa do fim do lockdown e do relaxamentos das medidas de restrição para combater o vírus, mas o “real dano se tornará visível na próxima fase, começando com falências ou pelo menos downgrades de empresas.”
Seu conselho nesse cenário: manter o risco do portfólio baixo e uma posição em papéis defensivos enquanto busca formas de adicionar valor.
“É verdade que ao manter posições defensivas você não vai capturar todos os benefícios de um rali. Mas lembre: a volatilidade está tão alta que mesmo uma posição defensiva ainda assim te dá um upside interessante simplesmente porque os movimentos são muito grandes,” disse ele, acrescentando que muitos investidores estão correndo o risco de se expor de forma desproporcional a uma queda caso o rali atual termine abruptamente.
(CORREÇÃO: O nome do banco onde Harmstone trabalha estava errado na versão original deste artigo).