O Itaú BBA retomou a cobertura de Pão de Açúcar com recomendação ‘outperform’ e preço justo de R$ 32, um upside de 95%.

O analista Thiago Macruz disse que sua visão “construtiva” para a ação está apoiada numa análise de “soma das partes”.

Desde o spinoff do Assaí, a possibilidade de monetização de outros ativos do grupo tem sido o foco dos investidores no papel.

Agora, Macruz fez uma análise de sensibilidade sobre o preço atual da ação em relação ao market cap de outros dois negócios do grupo que também são listados – o Éxito, a rede colombiana de supermercados; e a Cnova, o e-commerce europeu do Casino – para aferir o valor implícito da operação brasileira nos negócios do grupo.

“Mesmo assumindo um desconto de cerca de 50% sobre o preço de tela dos dois ativos, o valor atribuído à operação brasileira é próximo de zero hoje. Acreditamos, portanto, que uma eventual monetização geraria valor para PCAR3,” diz o relatório do Itaú.

O Pão de Açúcar fechou ontem valendo R$ 4,4 bilhões na Bolsa, ou 8x o lucro estimado para o ano que vem.

Macruz faz a ressalva de que há preocupações com possíveis ações trabalhistas depois da venda do Extra para o Assaí – houve demissões, fechamento de lojas e de um centro de distribuição. “Embora ainda seja muito cedo para estimar o valor dessas provisões, elas podem potencialmente chegar a bilhões de reais,” disse o Itaú BBA.

Mas o grupo espera receber um caixa significativo com a venda do Extra, alguns créditos fiscais de PIS/Cofins e ICMS e os recursos da venda de suas ações na recém-concluída recompra do Éxito.