O preço do minério de ferro disparou mais de 40% desde o início de novembro, repercutindo as notícias sobre a reabertura da China, o maior mercado consumidor da commodity.

Mas para o UBS BB, o rali dos últimos meses é puramente especulativo.

“O que sublinha este ponto em particular é o fato dos preços do metal e do carvão para a metalurgia terem subido de forma bem moderada no mesmo período,” escreveram os analistas Andreas Bokkenheuser, Cleve Rueckert e Cadu Schmidt. 

Para eles, a demanda por minério de ferro deve entrar em 2023 em baixa, enquanto a oferta deve continuar a crescer. Além disso, a queda da demanda pode acelerar ainda mais conforme as obras que estão sendo concluídas agora acabarem. “Aliado a uma oferta em crescimento achamos que o rali recente do preço do minério de ferro é frágil.”

Os analistas dizem que os principais indicadores da China não sinalizam para uma recuperação material do setor de construção. Para eles, investidores de curto prazo estão comprando minério de ferro apostando apenas num evento sazonal de reabastecimento que acontece às vésperas do ano novo chinês, em janeiro. “Tirando isso, a atividade está paralisada.”

Segundo eles, no início de 2023 o pequeno excedente de estoques deve se transformar num déficit, o que deve suportar os preços do minério de ferro ao redor de US$ 105 e US$ 110 a tonelada. No segundo trimestre, no entanto, eles já esperam que um excedente se forme novamente jogando os preços para US$ 95/t. 

O UBS BB tem recomendação de venda para todas as principais mineradoras listadas, incluindo Vale, Rio Tinto, BHP e Anglo American.