Depois de um longo e tenebroso inverno, a Hapvida — hoje uma das posições mais comuns na carteira das grandes gestoras — entregou resultados no segundo trimestre, disse o Bank of America ao elevar a recomendação do papel de ‘neutro’ para ‘compra’.
“A confiança está restaurada,” cravaram os analistas. O preço-alvo foi mantido em R$ 10. A ação disparou mais de 13% na abertura de hoje depois do upgrade.
O BofA destacou o crescimento orgânico de 139 mil vidas no trimestre, em comparação a 67 mil no tri anterior. Os analistas estavam esperando 95 mil e acreditam que a performance deverá fazer com que o mercado volte a ter confiança na capacidade da empresa de crescer organicamente.
A partir do terceiro tri, o banco espera que a Hapvida cresça 100 mil vidas por trimestre.
A sinistralidade caixa consolidada (MLR) da Hapvida também melhorou: caiu de 73% no primeiro trimestre para 72,3% no segundo. Os outros grandes nomes da saúde apresentaram um crescimento de dois pontos percentuais nesse indicador, disse o BofA.
Em abril, os analistas haviam rebaixado a recomendação para a Hapvida por conta de uma “mudança estrutural” da empresa, que passou a ter menor potencial de crescimento, dado que já fez a maioria dos M&As possíveis.
Agora, ao elevar a recomendação, o BofA está dizendo que o negócio é um ‘case de MLR’. Ou seja, o resultado da empresa está mais atrelado à sinistralidade, já que o crescimento de longo prazo tende a ser baixo.
O base case do BofA é uma sinistralidade de 65% num múltiplo P/L de 19x para 2023; no bear case, o MLR vai para 70%, a 25x o lucro; já no cenário mais otimista a sinistralidade fica em 64% e o múltiplo, em 17x – nesse caso os analistas veem potencial de incremento de R$ 2 no preço da ação.