A ISA LAB — a healthtech de exames e vacinas a domicílio — acaba de levantar R$ 60 milhões numa rodada que vai bancar sua expansão para outras cidades e o lançamento de novos serviços.
A capitalização atraiu um pool de investidores especializados em saúde: as gestoras FIR Capital e Vox Capital; o Kórtex, o corporate venture capital do Fleury, Sabin e Bradesco Saúde; e a Yaya Capital, a gestora de membros da família Moll, que controla a Rede D’Or.
A Scale Up Ventures e Israel Salmen, o fundador da Méliuz, também participaram, assim como todos os investidores que já estavam no captable, incluindo o Einstein, que aumentou sua participação.
A rodada vai aumentar o ‘runway’ da ISA LAB em três anos e dar poder de fogo para a startup acelerar seu crescimento num momento em que ela precisa provar que os exames e vacinas a domicílio não foram um fenômeno apenas da pandemia — vieram para ficar.
Fundada em 2017 pelos irmãos Fernando e David Pares, a ISA LAB criou um modelo que torna o serviço mais acessível e permite levá-lo a todo o Brasil, não apenas às grandes metrópoles.
A grande sacada da startup foi criar uma rede de distribuição formada por centenas de enfermeiros autônomos que vão na casa dos pacientes fazer a coleta do material — um modelo que os fundadores comparam aos agentes autônomos da XP.
A ISA LAB também inovou na logística.
Nos laboratórios tradicionais, o mesmo enfermeiro faz a coleta e leva a amostra para ser analisada. Na ISA, o enfermeiro faz apenas o atendimento (coletando o sangue, por exemplo), mas o material é levado para a ‘fábrica’ (o centro de processamento) pelos chamados ‘biocondutores’.
Em tese, isso aumenta a eficiência da operação porque o enfermeiro consegue fazer mais atendimentos no mesmo dia, e o ‘biocondutor’, mais coletas.
Com a rodada, a ISA LAB vai expandir geograficamente, entrando em novas cidades e aumentando sua oferta de serviços a domicílio. Recentemente, ela lançou o ISA CARE, uma solução que “leva uma parte do hospital para a casa dos pacientes,” nas palavras de David.
“Mandamos o profissional de enfermagem para fazer a aplicação de soro ou de antibiótico, por exemplo, permitindo que o paciente possa ser liberado antes do hospital,” disse ele.
Segundo o fundador, o plano é expandir ainda mais o portfólio do ISA CARE nos próximos meses.
“70% da parte de urgências (não de emergências) de um hospital podemos fazer na casa do paciente. São centenas de procedimentos… tem paciente que fica no hospital para tomar uma dose por dia de um medicamento. Esse cara poderia ir para casa mais cedo,” disse ele.
A startup está focando seu crescimento no B2B (planos de saúde e redes de farmácias, por exemplo), que hoje responde por 80% da receita.
Segundo Fernando, isso permite ganhar capilaridade mais rápido, e a um custo de aquisição significativamente menor.