O iPhone foi o golpe de misericórdia na Kodak — mas não matou a fotografia impressa.
A Digipix — que faz produtos personalizados com fotografias — acaba de levantar R$ 9 milhões numa rodada de venture debt feita pela Brazil Venture Debt, uma firma especializada em dívida para startups.
A dívida tem prazo de 42 meses: nos 12 últimos, a empresa vai pagar, em vez dos juros, uma remuneração variável que é um percentual do EBITDA. Caso haja um evento de liquidez, a Brazil Venture Debt também tem o direito de participar dos ganhos.
A rodada é a segunda desde que Marco Perlman fundou a empresa em 2004. Quatro anos depois, ele levantou capital com a gestora DGF, que estava no cap table até o ano passado.
A Digipix faturou R$ 40 milhões no ano passado com a venda direta ao consumidor por meio do site FotoRegistro e a venda de álbuns para profissionais de fotografia.
Mais recentemente, Marco também lançou o que chamou de ‘produção personalizada as a service,’ em que a Digipix oferece sua infraestrutura fabril e logística para terceiros.
O serviço é contratado por empresas de eventos que precisam de itens personalizados para datas comemorativas e editoras de livros como a Dentro da História, que coloca as crianças como personagens de histórias em quadrinho.
Essa vertical foi criada um pouco antes da pandemia e já respondeu por 20% do faturamento no ano passado. Naturalmente, a vertical de fotógrafos profissionais foi a que mais sofreu com a paralisação dos eventos físicos, caindo em 2020 e mais ainda em 2021.
A FotoRegistro também sofreu, mas já voltou aos níveis pré-pandemia, segundo Marco.
Curiosamente, o item mais vendido em volume ainda são as tradicionais fotos 10×15 — comuns nos álbuns de família — mas a Digipix está cavando um nicho na Geração Z com fotos estilo Polaroid em imãs de geladeira.
A dívida captada agora vai ser usada para investir em marketing e novos negócios, além de capital de giro. A Digipix quer dobrar o faturamento em três ou quatro anos, chegando a mais de R$ 80 milhões.