A MAYA Capital – a gestora de early stage de Lara Lemann e Mônica Saggioro – acaba de concluir a captação de seu segundo fundo: US$ 100 milhões para buscar oportunidades num dos momentos mais desafiadores do mercado de venture capital brasileiro.
“Ter dry powder agora vai fazer uma diferença enorme,” Mônica disse ao Brazil Journal. “Tem muitas oportunidades boas na América Latina e é justamente nesses momentos difíceis que muitas empresas de sucesso surgiram no passado.”
Boa parte dos investidores do fundo II são family offices que já eram LPs do fundo I, levantado há cerca de quatro anos.
Mas a MAYA conseguiu atrair também investidores institucionais dos Estados Unidos e da Europa, incluindo grandes bancos e a Cendana Capital, um ‘fund of funds’ americano que investe em fundos de very early stage em diversas geografias. (Na América Latina, a MAYA foi o primeiro investimento da Cendana).
Mônica e Lara já alocaram boa parte do capital do fundo I e já encontraram dois unicórnios: a NotCo, que fabrica alimentos plant-based, e a Merama. O fundo mantém uma pequena parcela em caixa para follow-ons.
Segundo as fundadoras, o MOIC do fundo I está 2x acima do benchmark global de fundos de venture capital da Cambridge Associates.
A MAYA é agnóstica em termos de setores, mas busca sempre ser o primeiro cheque das startups, ganhando uma participação relevante no capital que justifique os esforços que faz para ajudar as startups.
A gestora ajuda tanto na contratação de talentos e fundraising com outros fundos quanto nos esforços comerciais, que elas chamam de ‘billion dollar intro’.
“Usamos nossa rede e nossas conexões para ajudar as startups a se conectarem com seus primeiros clientes,” disse Lara. “Só nesse último ano, fizemos mais de 200 dessas apresentações.”
A MAYA ajudou, por exemplo, a NotCo a fechar uma parceria comercial com o Starbucks nos EUA, e a Nilo Saúde a fechar um contrato com a Notredame Intermédica.
No fundo II, a MAYA já fez cinco investimentos e deve anunciar outros em breve.
O primeiro deles foi a Tarken, uma agtech brasileira que criou um marketplace de grãos. A MAYA coliderou a rodada junto com a Mandi, a gestora de Antônio Moreira Salles e Julio Bennetti.
A MAYA também liderou o seed round da Finkargo, uma fintech colombiana focada no financiamento de importação e exportação de cargas.
“Esse é um setor muito analógico ainda,” disse Lara. “A Finkargo está colocando tecnologia para facilitar esse processo e dar mais visibilidade para os clientes, por exemplo, de onde está a carga e de quando vai chegar.”