A Amazon.com já deve ser o segundo maior varejista de vestuário dos EUA, atrás apenas do Wal-Mart, com participações de mercado de 7,4% e 8,1%, respectivamente.
 
A estimativa — que cruza diversos dados — aparece num relatório do Morgan Stanley para clientes.
 
O banco encomendou uma pesquisa e descobriu que:
 
1) A Amazon está vestindo mais americanos: 46% dos pesquisados compraram alguma roupa na Amazon nos últimos 12 meses, o segundo maior índice da pesquisa, atrás apenas do Wal-Mart, com 60%. 
 
2) A frequência das compras está aumentando: 36% dos pesquisados disseram que compraram roupas na Amazon “alguma vezes”, contra 31% na pesquisa do ano passado.
 
3) As lojas de departamento estão perdendo o jogo:  47% dos atuais clientes de vestuário da Amazon esperam comprar mais roupas na loja de Jeff Bezos e menos em outros varejistas nos próximos 12 meses.
 
Jeff BezosCitando dados da Euromonitor, a Morgan Stanley diz que os varejistas de ecommerce (liderados pela Amazon) aumentaram seu faturamento em US$ 6,1 bilhões em 2016 (alta de 16,7%), enquanto as lojas de departamento perderam US$1,6 bilhão (uma queda de 5,5% sobre o ano anterior).  O banco estima que, no agregado, redes como Target, Macy’s, Sears, Kohl’s e J.C. Penney perderam 1,6% de share em 2016 — quase igual ao 1,9% de share que a Amazon ganhou, na estimativa do banco.
 
4) Quem compra roupas na Amazon é jovem e mais rico: 56% das famílias com renda anual acima de US$ 100 mil disseram que provavelmente comprarão roupas na Amazon nos próximos 12 meses — um número que era de apenas 37% um ano atrás. Além disso, 58% dos pesquisados na faixa de 18-34 anos disseram que comprariam roupas na Amazon; se este público aceitar comprar roupas online desde cedo, isso pode ser bullish para a Amazon.
 
5) As marcas mais compradas na Amazon são Nike, Adidas, Hanesbrands e Under Armour: Cada marca foi citada por pelo menos 20% dos pesquisados como uma marca aspiracional, e as roupas casuais e para prática de esporte (‘activewear’) são as categorias cujas vendas mais crescem.
 
Mas essas marcas não podem dormir tranquilas: segundo o Recode, a Amazon está contratando gerentes de marca para “construir marcas de private label autênticas na categoria activewear que tenham DNA único e atraente e entreguem a inovação extraordinária apreciada pelo consumidor.”
 
Em outras palavras: para Nike e Adidas, o canal que gera faturamento hoje é o ‘disruptor‘ de amanhã.
 
A Amazon já vende ternos, sapatos e vestidos de marcas próprias, e está cada vez mais comprometida em ter private labels num mercado de vestuário e acessórios que movimenta US$ 250 billhões/ano só nos EUA.  Analistas que cobrem a Amazon estimam que, no vestuário, a empresa pode conseguir o dobro das margens do varejo tradicional, já que marcas de private label sempre têm margens mais altas por não precisar de investimento em publicidade.
 
Nos últimos dois anos, a Amazon desenvolveu e começou a vender pelo menos oito marcas próprias, incluindo a Society New York, de roupas femininas; a Scout & Ro, para kids; e a Buttoned Down, marca de camisas sociais masculinas que começam em US$ 39. Outras marcas incluem Franklin & Freeman (sapatos sociais masculinos) e Franklin Tailored (ternos e acessórios masculinos).
 
No fim de semana, o site Seeking Alpha trouxe mais essa:
 
“A próxima novidade de Seattle poderia ser ainda mais perturbadora. A Amazon tem uma patente na gaveta para um processo de produção sob demanda de roupas e outros produtos por computador (veja captura de tela da patente abaixo)
 
“Segundo a patente, ‘ao agregar ordens de várias localizações geográficas e coordenar os processos de montagem do vestuário em larga escala, o processo traz novas formas de aumentar a eficiência na fabricação de vestuário’.  A implicação [da patente] é que o excesso de estoque não seria mais um problema.”
 
Agora, antes de dormir, todo empresário tem que ver se Jeff Bezos está debaixo da cama.
 
 
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