O Softbank acaba de investir US$ 150 milhões na Afya por meio de um instrumento de dívida conversível em ações — dando fôlego para a estratégia agressiva de M&A da companhia de educação médica e reforçando sua imagem de ‘tech company’.
A ação da Afya sobe mais de 10% no início da tarde após a notícia. A companhia vale US$ 2,2 bilhões na Nasdaq.
O instrumento — que pagará ao Softbank um cupom de 6,5% ao ano — poderá ser convertido depois de cinco anos em 5,9 milhões de ações Classe A da Afya ao preço de US$ 25,35, um prêmio de 20% em relação ao fechamento de ontem.
O custo da dívida é atrativo. Nas contas do Morgan Stanley, a taxa implica um custo de 83% do CDI quando swapada em reais e considerando-se a curva de juros dos próximos cinco anos. A taxa se compara a um custo médio de funding da Afya de CDI + 1,6%.
Além da dívida conversível, o Softbank também está comprando 2,2 milhões de ações da Crescera Capital e da família Esteves (os fundadores da principal escola que deu origem à Afya, e sem parentesco com o controlador do BTG) a um preço não revelado.
Com as duas operações, o Softbank passará a deter 8,4% da Afya, tornando-se o terceiro maior acionista, atrás apenas da Crescera, que agora tem cerca de 25% do capital, e da família Esteves, com 32%.
Paulo Passoni, o gestor do Softbank Latin America Fund, será indicado para o conselho da Afya nos próximos 30 dias.
A relação do Softbank com a empresa não vem de hoje.
Em outubro passado, a Afya pagou US$ 32 mi pela iClinic, uma investida do Softbank, em cash e ações. Por conta disso, o Softbank já tinha uma participação insignificante na Afya, de menos de 0,2%.
O Bank of America assessorou a Afya na transação.