Todo mundo erra — até Ray Dalio.
O fundador do maior hedge fund do mundo admitiu que errou a mão durante a crise do coronavírus, o que levou os fundos do Bridgewater a cair até 20% este ano.
Dalio disse ao Financial Times que não sabia como navegar o vírus e optou por não fazer nada por achar que “não tinha nenhuma vantagem competitiva em operar isso.”
“Continuamos nas nossas posições e, em retrospecto, vejo que deveríamos ter reduzido nosso risco,” Dalio disse ao FT. “Estamos desapontados porque deveríamos ter ganhado dinheiro ao invés de perder nesse movimento, como fizemos em 2008.”
(Na época, a Bridgewater deu um retorno de 9,4%, num ano em que o S&P 500 caiu 37%).
Numa carta enviada aos cotistas e publicada ontem pelo The Wall Street Journal, a gestora de US$ 160 bilhões disse que oito de seus fundos estão no vermelho este ano.
O ‘All-Weather’ caía 14% até segunda-feira, enquanto o ‘Pure Alpha’ (que opera alavancado e concentra quase metade dos ativos da gestora) implodiu mais de 20%.
Dalio disse aos cotistas que o coronavírus atingiu a gestora “no pior momento possível” já que estava apostando na alta do mercado.
O fundo estava comprado em Bolsa e apostando na alta dos yields dos Treasuries; o que segurou as perdas foi uma pequena posição short nos índices de Bolsas, que descrevemos aqui.
Em janeiro, Dalio chegou a exortar os investidores a parar de apenas observar e começar a se beneficiar da alta dos mercados, dizendo à CNBC que “cash is trash.”
A performance do Bridgwater destoa de boa parte da indústria de hedge funds. Uma análise do WSJ mostra que 59% dos hedge funds americanos estão negativos este ano, mas a maioria está com perdas de apenas um dígito.
WATER UNDER THE BRIDGE
Ray Dalio: “O mundo enlouqueceu e o sistema está quebrado”