Em sua campanha para se tornar o CEO da Cielo, Aldemir Bendine, presidente do Banco do Brasil, contou com a ajuda do amigo Guido Mantega.
Em um de seus últimos atos como ministro, Mantega ligou para Luiz Carlos Trabuco, do Bradesco, para pedir apoio a Bendine.
O Bradesco e o Banco do Brasil controlam a Cielo com 28,65% do capital cada um. A empresa vale 60 bilhões na Bolsa, pouco menos que o Banco do Brasil (67 bilhões).
Bendine viu seu capital político encolher no ano passado depois que a Folha de São Paulo publicou que ele fora autuado pela Receita Federal por não comprovar a procedência de aproximadamente 280 mil reais em seu Imposto de Renda. O jornal também ouviu um ex-motorista do banco que disse ter transportado sacolas de dinheiro a mando de Bendine.
Bendine nega a acusação e a classifica de ‘absurda’.
Não se sabe se o pedido do agora ex-ministro carrega alguma influência, mas, se a máquina da Cielo não aceitar a bandeira Bendine, uma possível manutenção de Bendine no cargo atual seria (outro) abacaxi para Joaquim Levy descascar, já que o Banco do Brasil é subordinado ao Ministério da Fazenda.