Às 14:30 horas, a ação do BTG caía 39% com volume treze vezes maior que a média.
Gringos don’t forgive
O mercado monitora agora a reação dos bancos internacionais à prisão de Esteves. Como todo banco, o BTG vive de linhas de crédito, boa parte delas dadas por bancos internacionais, que têm se mostrado avessos a fazer qualquer negócio com empresas envolvidas na Lava Jato. Muitas empreiteiras envolvidas na operação, por exemplo, foram convidadas a encerrar suas contas em instituições como Citigroup e JP Morgan, dentro e fora do Brasil.
Risco contido
Concorrentes consultados pela coluna disseram que o BTG não oferece risco sistêmico (quando a quebra de um banco contamina os outros) na medida em que o BTG não tem depositantes. O banco depende primordialmente de linhas interbancárias e funding de investidores institucionais.
Vacas magras
No mercado, a oferta de 4 milhões de reais pelo silêncio de Nestor Cerveró foi considerada baixa. Será a crise?
Sociedade com o suspeito
O que farão os sócios do BTG agora? O que fazer quando o maior acionista, CEO e principal face pública do seu banco é preso no contexto de uma operação como a Lava Jato? Será que Esteves e os sócios bolaram algum plano para se este dia chegasse?
Cara de paisagem
Por enquanto, os sócios do BTG não estão passando recibo. Passaram a manhã dizendo que está tudo sob controle e que Esteves foi envolvido numa ‘molecagem’ (e outras palavras impublicáveis para definir o filho de Nestor Cerveró.)
As ligações perigosas
Eduardo Cunha tem laços profundos com Esteves. Uma de suas filhas, advogada, trabalha no BTG. Cunha também foi providencial na aprovação da Medida Provisória que permitiu a entrada do capital estrangeiro em hospitais, uma medida que beneficiou diretamente o investimento que sócios do BTG fizeram na Rede D’Or. Depois da MP, os sócios venderam parte de sua posição para fundos de private equity.
Piadas infames
“Viram quem vai tocar na festa de fim de ano do BTG? The Police.”
“Amigo, você já esteve preso? O André, Esteves…”