No último domingo, a Disney começou a cobrar os ingressos para seus parques de diversão usando um sistema de ‘preços dinâmicos’.
No novo sistema, cada mês é dividido em dias ‘de valor’ (mais baratos), ‘regulares’ e ‘de pico’ (mais caros). Ao fazer sua reserva online, o cliente escolhe o dia que precisa e paga um preço de acordo com a demanda, como já acontece nas companhias aéreas e nos hotéis.
Em setembro, por exemplo, os visitantes poderão achar vários dias ‘de valor’, enquanto nos feriados pagarão mais.
O novo sistema vale apenas para a compra de passes de um dia.
A Disney diz que o novo sistema objetiva ‘espalhar’ mais a base de visitantes ao longo do ano e diminuir as filas, mas a tentativa de maximização de receita é óbvia. Como a economia americana vai bem, os analistas apostam que os americanos não estão sensíveis ao preço, e acham que o novo sistema vai ajudar as margens da empresa.
As margens dos parques de diversão — que respondem por cerca de 20% do lucro operacional da Disney — subiram cerca de 2 pontos percentuais em 2015, e, na opinião do JP Morgan, podem subir mais 1,5 ponto percentual este ano (nos parques dos EUA).
Na Disneyland, um dos dois parques da Disney na Califórnia, os três níveis de preço agora são: 95, 105 e 119 dólares. Antes, o preço único era 99 dólares.
O passe ‘Park Hopper’ — que permite visita aos dois parques — agora custa entre 155 e 169 dólares. O preço antigo era 155 dólares.
O Magic Kingdom, o parque na Flórida, também ficou mais caro com os preços dinâmicos.
Nos últimos meses, os investidores fugiram das ações de empresas de mídia americanas, em grande parte porque muitos americanos têm trocado a TV a cabo por uma vida mais… Netflix, fazendo as empresas de mídia perder a receita de assinantes.
A Disney, por exemplo, tem sofrido porque a ESPN, seu negócio mais rentável, está perdendo espectadores.
Mas os parques da empresa, o negócio de produtos de consumo (como brinquedos) e o estúdio de cinema têm crescido seu lucro operacional a taxas de 15%, 21% e 45%, respectivamente.
No último trimestre do ano passado, a Disney teve faturamento e lucro recordes. Só com Star Wars, a companhia reportou um lucro de 1 bilhão de dólares. Mas nem isso impediu que a ação caísse de 120 para 89 dólares entre o final de novembro e o início de fevereiro. Nas últimas três semanas, a ação começou a se recuperar, e agora já negocia a 97.
A Disney negocia agora a 16 vezes seu lucro estimado para este ano.