In case you missed…
Rei das trouxas
Da série ‘grandes negócios dos quais você nunca ouviu falar’, a Atmosfera – cujo IPO fracassou em 2007 — comprou a Lavebras por R$ 1,3 bilhão, reforçando sua posição como a maior lavanderia industrial do País.
¡Viva Cuervo!
Apesar de Trump, a fabricante de tequilas José Cuervo fez o maior IPO do México desde 2013. Com procura alta, a demanda superou em mais de cinco vezes a oferta, que saiu no topo da faixa pretendida.
Hermes Pardini na bolsa
Hermes Pardini na bolsa
A Bovespa ganhou seu quarto laboratório de análises clínicas. Apoiado principalmente no investidor local, o Hermes Pardini teve uma demanda honesta e saiu um pouco acima do piso da faixa indicativa.
Glamour sim, dinheiro não
Glamour sim, dinheiro não
O fechamento do Roberta Sudbrack no Rio e as críticas da chef ao modelo da alta gastronomia mostram que o retorno dos restaurantes estrelados são desproporcionais ao seu charme – e que nem eles ficaram imunes à crise.
Uma vez no muro, sempre no muro
Uma vez no muro, sempre no muro
O PSDB do Rio está contra a privatização da companhia de água esgoto, deixando os tucanos que trabalharam com FHC perplexos, e a esquerda, feliz.
O adeus ao príncipe
Conhecido tanto pela elegância quanto pelo coração enorme, Luiz Fernando Sá Moreira, fundador da Reliance e ex-executivo do Pactual, perdeu a vida socorrendo uma estranha. Seu enterro lotou o Morumbi. Já não se fazem mais homens assim.
Fizemos aqui o nosso registro, mas nenhuma homenagem foi tão bonita quanto a prestada por um amigo de Moreira, no Facebook, no dia seguinte à sua morte.
“Ao sair para a vida hoje, você vai reparar nas nuvens sobre nós. São cinza claro mas espalhadas uniformemente sobre o céu que ontem estava azul, azul. Você vai sentir que seus passos serão um pouco mais pesados, como se seus sapatos tivessem uma fina sola de chumbo. Nem céus tão escuros que seja amedrontante nem sapatos tão pesados que seja exaustivo.
Mas em tudo pairará uma brisa de tristeza que vem da falta de algo. Um ônus em cada gesto fará de hoje um dia diferente dos outros. Algo não está bem. Algo está ausente. Há algo de incompleto. Na mesa de jantar uma pétala caiu da rosa mais vistosa do vaso e está deitada ao lado do cristal. E saberemos silenciosamente do que sentimos falta. De um sorriso autêntico, de um perfume impactante, do brilho repentino de uma abatoadura e uma mão arredondada com uma caneta de prata.
Muitos de nós passaremos hoje e esses dias e meses pensando no que quer mesmo dizer estar vivo. E teremos nascendo dentro de nós a consciência de que todo esse ir e vir, e acumular e perder, só pode mesmo fazer sentido para amar. Amar a família e os amigos e amar o transeunte que acena e pede ajuda. Vamos sentir o perfume que paira pelas nossas casas e escritórios, a trilha de um caminho de alegria. Eu, de minha parte, hoje vesti abotoaduras e pus uma gravata. Sempre pronto, sempre digno, sempre respeitoso. Vou tentar ser mais assim em honra desta memória.
Hoje, Sá, diremos adeus a você entre nós que aqui ainda estamos. Efêmeros. Obrigado por ter sido nosso companheiro e pelo exemplo que teremos enquanto vivermos e quando perdermos o rumo das coisas certas e boas (tem acontecido, você sabe). Vemos você por todos os lados. Professor de abraços e sorrisos. Do bem querer. Da receptividade. E da correção. Honraremos seu legado e o passaremos adiante aos que ainda vierem. Deixa conosco.”
Na foto acima, cena de ‘Primavera para Hitler’ (The Producers), 1968