José Carlos Grubisich, ex-CEO da Braskem, foi preso hoje em Nova York, acusado de corrupção e lavagem de dinheiro.
De acordo com a Reuters, que deu a notícia em primeira mão, os promotores alegam que Grubisich e outros funcionários da Braskem e da Odebrecht participaram de uma conspiração para desviar cerca de US$ 250 milhões para um fundo secreto, que foi usado para subornar funcionários.
O esquema teria ocorrido entre 2002 e 2014.
Grubisich teria ajudado a encobrir o esquema, falsificando os livros da empresa e assinando certificações falsas juntos à SEC. A acusação alega que o executivo não deve responder em liberdade porque apresenta alto risco de fugir dos Estados Unidos.
Ao contrário de outros executivos do Grupo Odebrecht, o ex-CEO da Braskem não fez acordo de delação premiada.
Grubisich liderou a Braskem de 2001 a 2008, num período de diversas aquisições da petroquímica e era um dos homens fortes da Odebrecht, sendo um dos poucos executivos que com direito a ações da holding que controla as empresas do grupo. Ele também foi CEO da Atvos, a empresa de etanol do conglomerado.
O executivo deixou a Odebrecht em 2012 para presidir a Eldorado – a empresa de celulose da família Batista, controladora da JBS – e ficou no cargo até 2017.
Grubisich está em litígio com a Odebrecht: de acordo com a Folha, ele entrou na Justiça para cobrar uma dívida de R$ 28 milhões da empresa. O valor corresponde às duas últimas parcelas de um acerto que fez ao se desligar do grupo.
Na época, ele vendeu suas ações aos controladores e aceitou que o pagamento fosse feito em seis parcelas anuais, no valor total de R$ 86 milhões.
A Braskem fechou um acordo de leniência com autoridades no Brasil, Estados Unidos e Suíça em 2016, pelo qual concordou em pagar uma multa de R$ 2,8 bilhões.
A petroquímica tem recibos de ações (ADRs) listados na NYSE, que chegaram a ficar com a negociação suspensa entre maio e outubro deste ano, diante da demora dos auditores em concordarem em assinar o 20-F, um dos principais documentos regulatórios.