A Lilly Estética — uma rede de nove clínicas de beleza que funciona como um clube de assinatura — acaba de levantar R$ 35 milhões para acelerar a abertura de lojas e surfar a demanda reprimida do mundo pós-covid.
Na rodada, a Igah Ventures — a gestora que surgiu da fusão da Joá Investimentos com a e.Bricks — avaliou a empresa em R$ 265 milhões (post money).
A atriz Paolla Oliveira também participou da capitalização, mas no modelo de ‘media for equity’. Paolla, que tem mais de 30 milhões de seguidores no Instagram, ganhará participação em troca de dar exposição à empresa em suas redes.
A entrada de Paolla foi arquitetada pela Igah, que já usou modelos semelhantes em outros investimentos em marcas de consumo.
Quando investiu na Reserva, em 2010, a Igah colocou Luciano Huck como garoto-propaganda da marca de Rony Meisler; quando investiu no Baby.com, foi a vez da Angélica entrar endossando e aumentando a visibilidade do ecommerce de produtos de bebê.
“Pela nossa experiência em consumo, as companhias que conseguem capturar taxas de crescimento elevadas e se consolidar são aquelas que têm uma marca muito forte e bem construída,” Luis Felipe Magon, o gestor da Igah, disse ao Brazil Journal. “E quando a celebridade é sócia, a contribuição e o envolvimento dela é muito maior.”
Fundada há 14 anos por Nicole Sarantopoulos, a Lilly passou a primeira década com apenas uma clínica em Ribeirão Preto, a cidade natal da empreendedora. Foi só a partir de 2018 que o negócio tracionou.
Na época, o marido de Nicole — Claudio Adriani, que havia acabado de vender sua empresa — entrou como sócio e aportou R$ 10 milhões para abrir novas clínicas e reformular o modelo de negócios.
A Lilly reduziu seu portfólio de serviços, passando a focar em tratamentos com tecnologia de alto padrão, como ondas eletromagnéticas (que ajudam na definição e fortalecimento muscular), radiofrequência (que trata flacidez e gordura localizada) e o chamado ‘laser q-switched’ (que serve para lesões de pele e rejuvenescimento com efeito lifting) — sem falar na depilação a laser e no bom e velho ‘botox’.
A Lilly também lançou três clubes de assinatura, que já têm mais de 10 mil assinantes e respondem por 60% do faturamento.
O Lilly Botox custa R$ 34,90/mês e dá direito a uma aplicação por ano; o Lilly Depilação a Laser sai por R$ 99; e o Lilly Club, o mais caro de todos (R$ 149/mês), dá acesso a boa parte dos tratamentos da clínica.
A Lilly faturou R$ 12 milhões ano passado e espera fechar este ano com receita de R$ 53 milhões. Para isso, vai abrir mais 19 clínicas em cidades como São Paulo, Rio de Janeiro, Belo Horizonte e Brasília. (O investimento para a abertura de cada clínica gira em torno de R$ 1,5 milhão). Todas são lojas próprias.
Até 2023, a meta é chegar a 60 clínicas, 80% delas em shoppings.
A Lilly opera num mercado de dimensões continentais mas extremamente competitivo: além de outras redes de estética, ela concorre com os próprios dermatologistas, que oferecem a seus pacientes os mesmos procedimentos.
Nicole, a fundadora, diz que um dos diferenciais da Lilly é o preço: como ela já tem volume, consegue cobrar até 70% menos que os dermatologistas e mais barato que boa parte das clínicas tradicionais.
“Diferente da gente, a maioria das clínicas aluga os equipamentos porque não tem fluxo suficiente para justificar o investimento,” diz a fundadora. “O problema disso é que se você não têm a máquina todo dia, você não pode girar muito, o que faz com que o preço suba.”