A unico acaba de levantar uma rodada que avalia a startup — a líder em identidade digital no Brasil — em US$ 2,6 bilhões (post money) e injeta mais US$ 100 milhões em seu caixa, dando fôlego para uma estratégia de M&As e internacionalização.
A Série D — liderada pela Goldman Sachs Asset Management — vem oito meses depois de Softbank e General Atlantic liderarem a última captação da unico, que deu à empresa status de unicórnio, e está sendo feita a um valuation 2,5x maior.
A rodada transforma a unico na segunda maior empresa de software as a service da América Latina em valuation — atrás apenas da Totvs, que vale US$ 4,6 bi na B3 — e à frente da VTEX, que é listada na NYSE e vale US$ 1,1 bilhão.
A unico fechou o ano passado com um anual recurring revenue (ARR) de R$ 420 milhões, 180% maior que o de dezembro de 2020.
O principal motor da rodada não foi exatamente necessidade de capital. A unico ainda tem em caixa nada menos que 80% dos recursos que captou nos últimos três rounds, o cofundador e CEO Diego Martins disse ao Brazil Journal.
Segundo ele, a empresa decidiu fazer a capitalização para ter no captable um investidor com a credibilidade e os acessos da Goldman. O braço de growth equity do banco já mantém conversas com a unico há mais de três anos.
A unico vai usar os recursos para acelerar duas frentes: fazer M&As com um viés de internacionalização e escalar dois produtos que a empresa lançou este ano.
A estratégia de internacionalização prevê entrar no México e Colômbia ainda este ano, e está sendo provocada por clientes da unico no Brasil que têm operação naqueles países, como o Mercado Livre e o Santander.
“No México, o problema da burocracia e da fraude lá é tão grande ou até maior que o do Brasil. Visitamos grandes varejistas lá que têm mais de 200 pessoas só com a função de aprovar uma abertura de conta,” disse Diego. “Além disso, a Colômbia e o México já têm uma regulamentação que autoriza o que a unico faz.”
A unico está usando o BCG para analisar esses dois mercados e compará-los com outros países.
A empresa também quer acelerar seu crescimento no Brasil com foco em setores intensivos em check-ins e check-outs e que ainda dependem muito de processos em papel, como saúde, hotelaria e locadoras de automóveis.
Os dois novos produtos lançados este ano endereçam esses problemas: um deles permite a assinatura digital com validação biométrica, que cria uma camada adicional de segurança, e o outro é um token biométrico que substitui a senha em situações como uma transferência de valor alto ou na troca do device.