O Bradesco acaba de anunciar que está trocando seu CEO, com Marcelo Noronha substituindo Octavio de Lazari Júnior.
O movimento vem em meio aos resultados fracos do banco, que tem entregado um ROE bem abaixo de sua média histórica desde o segundo trimestre do ano passado, com a alta da inadimplência afetando o resultado.
O chairman Luiz Carlos Trabuco disse que o banco fez a mudança para “iniciar um ciclo de projetos e objetivos estratégicos robustos para os próximos anos”, e notou que “o contexto de mercado é absolutamente desafiador, do ponto de vista da eficiência operacional, aumento da competitividade e ambiente regulatório.”
A troca no comando foi bem recebida pelo mercado. A ação do Bradesco abriu em alta de quase 4% num dia em que a Bolsa abriu praticamente de lado.
Noronha está há mais de 20 anos no Bradesco, onde entrou em 2003 como diretor de cartões depois de passar 5 anos no BBVA.
O novo CEO passou por todos os cargos de diretoria do banco. Há oito anos, assumiu como vice-presidente executivo, primeiro liderando a área de atacado e, mais recentemente, passando a liderar o segmento de varejo.
Lazari, que estava há cinco anos como CEO depois de suceder Luiz Carlos Trabuco, vai assumir uma cadeira no conselho.
A troca no comando chama a atenção porque normalmente as mudanças de CEO no Bradesco acontecem de forma programada e por idade. O estatuto do banco estabelece o limite de 65 anos para exercer o cargo de CEO. Lazari tem 59, e Noronha, 58.
Desde sua fundação em 1943, o Bradesco só teve cinco CEOs; todos ficaram 10 anos ou mais no cargo.
Desde o segundo tri do ano passado, o ROE do Bradesco tem vindo bem abaixo de sua média histórica e de seus principais pares. No terceiro tri deste ano, o ROE ficou em apenas 11,3%, em comparação a um ROE de 21,1% do Itaú, de 21,3% do Banco do Brasil, e de 13,1% do Santander Brasil.