A Kraft Heinz está se preparando para se desmembrar em duas empresas, reportou o Wall Street Journal.

Dez anos após a estrondosa fusão arquitetada por Warren Buffett e os brasileiros da 3G Capital, a gigante americana busca transferir grande parte das suas marcas de alimentos para um novo CNPJ e focar nos molhos e pastas.

A ação da Kraft Heinz subiu 2,5% após a notícia, para fechar em US$ 27,14. Em doze meses, recua 15%. Desde a fusão, a queda é de mais de 60% — uma perda de cerca de US$ 57 bilhões em valor de mercado.

A expectativa do management — que em maio afirmou estar avaliando potenciais transações estratégicas — é que a nova empresa possa ser avaliada em até US$ 20 bilhões, e que, separadas, as duas alcancem um valor de mercado maior que os US$ 32 bilhões da Kraft Heinz de hoje, disse o WSJ

Um anúncio pode ocorrer nas próximas semanas, afirma o jornal, mas a Kraft Heinz ainda discute outras possibilidades e estuda quais marcas serão agrupadas de cada lado da cisão. O conselho ainda não deliberou sobre o assunto.

O que se sabe é que a empresa está priorizando os produtos que têm crescido mais rapidamente — como molhos picantes, temperos e condimentos.

A divisão de comidas embaladas, por outro lado, desacelerou nos últimos anos à medida que consumidores passaram a buscar produtos mais saudáveis e baratos. 

Assim pode chegar ao fim a megafusão – arquitetada por Buffett e 3G – que nunca deu certo.

Os dois investores se uniram para comprar a Heinz em 2013. A fusão com a Kraft ocorreu dois anos depois, mas a empresa nunca conseguiu cortar custos e acabou espremida entre vendas estagnadas e lucros em queda.

A 3G foi zerando sua participação na Kraft Heinz até o final de 2023, enquanto a Berkshire continua sendo a maior acionista da empresa com uma participação de 28%. Apesar disso, Buffett já não possui cadeiras no conselho.