O Morgan Stanley publicou hoje um terceiro tri cujo maior destaque foi o business de equities, a principal área de atuação do banco e o epicentro de uma eterna rivalidade entre o Morgan e a Goldman Sachs.
O trimestre marcou a primeira vez desde 2022 em que o Morgan superou o desempenho da Goldman Sachs em equities. A ação chegou a subir 7,4% antes de fechar em alta de 4,7% — um novo all-time high.
“A performance do Morgan Stanley na receita de equities foi a melhor entre seus peers até agora, com um crescimento de 35% ano contra ano,” escreveu o JP Morgan.
No Wells Fargo, Mike Mayo, o veterano analista de bancos, disse que o terceiro tri foi um ‘strong beat’, “em cima de um crescimento em equities e underwriting que foi o melhor do setor.”
À frente da operação de equity trading está um brasileiro, Tiago Pessoa, que há dois anos assumiu como Head of Americas Equity Trading — um dos postos mais importantes do trading global do banco e uma das cadeiras mais cobiçadas de Wall Street — com a missão de recolocar o equity business na liderança mundial.
Tiago é o primeiro não-americano em décadas a ocupar essa função no Morgan Stanley, fontes que operam com o banco disseram ao Brazil Journal.
Para colocar em perspectiva, o negócio de equities do Morgan Stanley gera quase US$ 16 bilhões em receita/ano, segundo dados da Bloomberg — o equivalente a 2,5 vezes o faturamento do BTG Pactual.
Descrito pelos pares como agressivo na tomada de risco, e carismático e habilidoso na gestão de pessoas, Tiago promoveu mudanças profundas logo ao chegar: encerrou linhas de negócio deficitárias, investiu em novos negócios e praticamente reconstruiu toda a equipe de trading.
Há 16 anos no Morgan Stanley, depois de 9 no JP Morgan, Tiago foi Head de Emerging Markets aos 28 anos e promovido a managing director aos 31. Também foi o primeiro executivo no Morgan a comandar ao mesmo tempo as áreas de Fixed Income e Equities para a América Latina — duas frentes que normalmente operam de forma independente em bancos internacionais.