Não é à toa que o mercado está melhorando…
Arthur Lira prometeu que o Congresso vai bloquear qualquer tentativa do Presidente Lula de retroceder nas reformas econômicas aprovadas nos últimos anos.
Numa conferência do Financial Times em Nova York, o presidente da Câmara disse que a casa é composta por deputados “conservadores, reformistas e liberais.”
“Sem sombra de dúvidas, eles vão proteger o legado das reformas que foram feitas e de outras que serão colocadas em votação esse semestre,” disse ele. “Eu estou expressando o que a maioria dos deputados pensa, que é não votar nenhum retrocesso das reformas.”
Esta foi a declaração mais explícita de Lira até agora – e para uma audiência global – sobre a disposição do Congresso de proteger os avanços econômicos dos últimos anos da agenda de Estado grande do atual Governo.
Lira não tem ficado só no discurso. Numa derrota acachapante para Lula, a Câmara derrubou trechos de dois decretos assinados pelo presidente que mudavam o Marco do Saneamento, aprovado em 2020. A votação foi de lavada: 295 a favor e 135 contra.
O tema ainda precisa passar pelo Senado, mas a sinalização dos parlamentares é que o entendimento da Câmara será mantido.
No evento do FT, Lira também falou sobre o novo arcabouço fiscal, que deve ser votado nos próximos meses. Para ele, o projeto apresentado pelo Governo tem uma “espinha dorsal razoável”, mas precisará ser revisado para clarificar quais são as consequências quando as metas para as finanças públicas forem descumpridas.
Em outra entrevista, Lira disse que para melhorar a articulação com o Congresso, o presidente Lula precisa “descentralizar” o poder, hoje internalizado no PT e “confiar e delegar mais”.
O presidente da Câmara disse à BandNews que dará a Lula a “oportunidade de governar”, mas recomendou que ele prefira temas “sociais” em vez de “pautas ideológicas”.
Lira também reclamou da forma como o Governo anunciou a MP que trata da taxação de aplicações financeiras no exterior.
“Foi uma MP editada num domingo, sem amplo debate e sem conhecimento do Congresso”, disse ele. “Esse assunto não deveria ter vindo por MP, mas sim por um projeto de lei com urgência constitucional.”