A Berkshire Hathaway, a holding de Warren Buffett, é a maior detentora dos títulos públicos de curto prazo dos EUA neste momento.
Sua posição nas Treasury Bills chegou a US$ 158 bilhões, o equivalente a 3% de todo o mercado desses papéis.
A informação está num relatório em que o JP Morgan comenta o cenário para a demanda por papéis da dívida federal dos EUA.
Segundo o banco, nenhuma outra empresa ou instituição financeira carregava, ao final de março, mais títulos públicos em seu portfólio do que a companhia de investimentos de Buffett.
A Berkshire Hathaway tem mais T-Bills do que todos os fundos de money market e emissores de stable coins.
As T-Bills têm vencimentos que variam entre 4 e 52 semanas.
Com os yields dos títulos curtos acima de 5% – um nível elevado para a história recente dos EUA – Buffett tem optado por estacionar uma fatia crescente de seu caixa nesses papéis.
No encontro anual de investidores da Berkshire Hathaway, em maio, Buffett disse que a companhia tinha US$ 182 bilhões em cash e T-Bills. Segundo ele, essa posição deverá passar dos US$ 200 bi neste trimestre.
“Adoraríamos gastar esse dinheiro, mas não vamos gastá-lo a menos que apareça algo com risco muito baixo e possa nos fazer muito dinheiro,” disse Buffett.
“Não estamos em greve de fome, nada disso,” brincou o megainvestidor. “Apenas não vemos coisas atrativas.”
Buffett disse que não se importa de, “nas atuais condições,” construir uma posição líquida em dinheiro e títulos curtos. “Quando olho para as alternativas disponíveis no mercado e o que está acontecendo no mundo, acho isso bastante atraente.”
Na filosofia de investimento de Buffett, “atraente” pode ser traduzido como barato nas atuais condições. Em um cenário de crise ou recessão nos EUA, os yields desses papéis tendem a desabar, gerando uma rentabilidade substancial a seus detentores.
Segundo a CNBC, Buffett vem comprando papéis com vencimento de 3 e 6 meses todas as segundas-feiras, nos leilões do Tesouro americano.