A Honda e a Nissan iniciaram negociações para uma fusão cujo objetivo é ganhar competitividade para enfrentar a liderança da Tesla e das chinesas no mercado de veículos elétricos.

A notícia foi revelada pelo Nikkei.

As duas montadoras japonesas estariam considerando consolidar as operações sob uma nova holding. Ainda não há detalhes de como seria o desenho final da união.

Ainda segundo o Nikkei, poderá fazer parte do acordo a Mitsubishi Motors, da qual a Nissan é hoje a principal acionista, com 24% do capital.

Combinadas, as três japonesas produzem cerca de 8 milhões de veículos/ano. A também japonesa Toyota, a maior do mundo em vendas, coloca no mercado quase 10 milhões de carros e utilitários ao ano.

A Honda e a Nissan já estão cooperando no desenvolvimento de carros elétricos e baterias. Em agosto, começaram a trabalhar conjuntamente para o compartilhamento de componentes e softwares.

Agora, segundo o Nikkei, essa parceria poderá evoluir para uma fusão – e o memorando de entendimentos já estaria prestes a ser assinado.

A Honda e a Nissan – a segunda e a terceira maior do Japão – não confirmaram a notícia da possível fusão, mas divulgaram um comunicado idêntico em que afirmaram: “Como anunciado em março, a Honda e a Nissan estão explorando várias possibilidades para colaborações futuras, alavancando os pontos fortes de cada uma.”

As japonesas estão perdendo participação na China, o maior mercado global – e onde os elétricos ocupam uma parcela crescente nas vendas, atingindo cerca de 40% do total em 2024.

De acordo com projeções da International Energy Agency, daqui a dez anos metade do mercado mundial de veículos será controlado pelos modelos elétricos e híbridos.

A reportagem do Nikkei lembrou que outras grandes montadoras tradicionais estão buscando sinergias com concorrentes.

A americana General Motors e a sul-coreana Hyundai disseram que vão avaliar uma colaboração para o desenvolvimento de elétricos.

A BMW e a Toyota selaram uma parceria para o desenvolvimento de veículos movidos a baterias de célula a combustível (fuel cell), a tecnologia que converte energia química – normalmente, do hidrogênio – em eletricidade.