O Softbank está investindo R$ 250 milhões na Petlove, o maior ecommerce de produtos pet do Brasil e o terceiro maior player do setor.
A Petlove vai usar os recursos para agregar ao seu ecommerce tradicional o modelo 3P, um marketplace onde as pet shops poderão vender serviços como consultas, tosas e vacinação.
Nos últimos nove anos, a Petlove foi de um faturamento de R$ 4 milhões para R$ 440 milhões esperados em 2020. Mais de 65% do faturamento da empresa vem de assinaturas, em que o cliente monta uma cesta de produtos que lhe é enviada regularmente.
A companhia tem 160 mil assinantes ativos, e a receita com assinaturas cresce 80% ao ano.
O mercado pet movimenta cerca de R$ 24 bilhões/ano no Brasil, mas permanece dramaticamente fragmentado: os líderes do setor — Cobasi e Petz — faturaram cerca de R$ 1,1 bilhão cada.
“Nos EUA, a Chewy já mostrou que o modelo de assinatura é o modelo vencedor,” o managing investment partner do Softbank, Paulo Passoni, disse ao Brazil Journal. “Você tem menos capital empregado, menos capital de giro, mais sortimento e uma logística programada.”
Este é o 17º investimento do Softbank Latin America Fund, que já investiu 30% dos US$ 5 bilhões alocados ao fundo.
Com o investimento, o Softbank se junta à Tarpon como um dos dois maiores acionistas da Petlove, criada pelo médico veterinário Marcio Waldman numa época em que vender pelo ecommerce era vida de cachorro.
Fundada em 1999 como um negócio complementar à clínica veterinária que Marcio tocava com sua mulher, a Petlove só viu seu faturamento ganhar tração a partir de 2010. A companhia tem geração positiva de caixa desde 2017.
Ano passado, o investimento da Tarpon permitiu que a Petlove comprasse a Vet Smart, um aplicativo usado por 110 mil veterinários cadastrados — de um total de 140 mil que trabalham no Brasil — para ajudar na prescrição de medicamentos e dietas.
Com a compra da Vet Smart, a Petlove se beneficia de duas formas: ao mesmo tempo que os veterinários cadastrados passam a vender seus produtos, formando um exército de revendedores, a Petlove vai oferecer os serviços deles dentro de sua plataforma.
“Estamos fazendo um modelo de prescrição online: quando o veterinário enviar a prescrição para seus clientes, vai ter também um link para a loja virtual dele, que vai ser completamente ‘white label,’” diz Pedro Faria, o gestor da Tarpon responsável pelo investimento. “Mas o modelo não é de comissionamento. A Petlove vende pro veterinário e ele revende para o cliente com uma margem.”
Marcio diz que o modelo também empodera os pequenos empreendedores.
“Vamos ser a vacina do pequeno pet shop contra os grandes players do setor… Pet shop ganha dinheiro é com serviço: fazendo tosa, dando vacina.. Podemos mandar muitos clientes para eles,” diz o fundador. “O consumidor vai poder comparar os preços de vários fornecedores e fazer a assinatura também desses serviços.”
UPDATE: Um mês depois do aporte do Softbank, a gestora de private equity L Catterton investiu mais R$ 125 milhões na PetLove.