Depois do veto do BNDES à sua reorganização societária, a JBS prepara um novo desenho que mantém sua subsidiária internacional — a JBS Foods International — como controlada pela matriz brasileira, e planeja um IPO já no primeiro trimestre de 2017, disseram fontes a par dos planos.
O novo desenho deve atender à preocupação do BNDES, que vetou o desenho anterior justificando que não queria ‘desnacionalizar’ a empresa.
A decisão final ainda não foi tomada, mas as fontes disseram que o novo desenho é a estrutura mais lógica para permitir à empresa obter seu objetivo final: a redução de seu custo de capital.
Na reorganização societária proposta anteriormente, a JBS SA transferiria todos os seus negócios de fora do Brasil e mais a Seara – coletivamente responsáveis por 85% da geração de caixa da empresa — para uma nova companhia chamada JBS Foods International, com sede na Irlanda e listagem na Bolsa de Nova York.
Em troca destes ativos, a JBS SA receberia ações da JBS Foods International mas, num segundo momento, faria uma redução de capital de forma a distribuir, aos acionistas da JBS, as ações da nova holding. Assim, a estrutura societária de uma companhia seria um espelho da outra, e a JBS Foods International se tornaria independente da JBS.
O novo desenho elimina este último passo, ou seja, a JBS SA permanecerá como controladora.
A nova estrutura preserva boa parte, ainda que não a totalidade, dos incentivos do desenho anterior. A JBS Foods International terá acesso ao mercado de dívida de empresas americanas (com taxas baixas) e, na Bolsa, os investidores tenderão a pagar pelo negócio da empresa múltiplos em linha com a de concorrentes americanos.
A ação da JBS mergulhou de cerca de R$ 12 para cerca de R$ 9 depois do veto do BNDES à operação, e agora negociam ao redor de R$ 9,70.