A TIM Brasil viu sua ação subir mais de 40% nos últimos 12 meses — uma reprecificação brutal, especialmente para um setor que costuma ser defensivo na Bolsa, com poucas emoções.
Para a XP, no entanto, ainda tem espaço pra mais.
O analista Bernardo Guttmann acaba de reiterar sua recomendação de compra para a ação e elevar seu preço-alvo de R$ 21 para R$ 24.
O novo preço equivale a um potencial de alta de 35% em relação ao preço de tela e é o maior preço-alvo entre os analistas que cobrem a empresa, que têm um preço-alvo médio de R$ 20.
A XP incorporou em seu modelo os novos guidances de curto e médio prazo da TIM — que divulgou projeções mais robustas de crescimento da receita para 2025 e 2026 — e os números do quarto trimestre da operadora.
A corretora também teve um encontro com o CEO Alberto Griselli e com o RI Vicente Ferreira.
“Tanto o non-deal roadshow quanto o update no guidance nos deram confiança para recomendar a TIM como nosso top pick do setor, dada a forte performance operacional e os sólidos resultados financeiros dos últimos trimestres,” escreveu Guttman.
“O objetivo da companhia de conseguir crescer suas receitas acima da inflação ao mesmo tempo em que mantém a disciplina na gestão dos custos caixa também está funcionando bem. Essa abordagem deve gerar uma expansão na geração de caixa livre operacional e um aumento no ROIC depois das mudanças estruturais no setor com a consolidação no segmento de telefonia móvel.”
A XP também disse que a TIM Brasil é uma tese que combina um perfil defensivo com crescimento na geração de caixa e dividendos.
Guttman espera que a companhia anuncie um aumento nos dividendos este ano, chegando a R$ 3,3 bilhões, o que daria um dividend yield de 7,8%.
Nas contas da XP, a TIM negocia a 12,5x o lucro esperado para este ano e a 4,1x o EBITDA. “Questionamos se o setor não deveria negociar com um prêmio em relação a seus múltiplos históricos, dadas as mudanças estruturais no ambiente competitivo,” escreveu o analista.
Nas conversas com o CEO e RI, Guttmann disse que o principal tópico foi a estratégia de repasse de preços da TIM para os próximos anos.
Na vertical de telefonia móvel, os executivos disseram ver um crescimento sustentável do mercado impulsionado por uma maior racionalidade, uma proposta de valor mais centrada no consumidor e uma demanda crescente por dados.
Já no segmento pré-pago, Griselli destacou que as ofertas da TIM mudaram em novembro, e sinalizou que pode haver novos reajustes de preço este ano, dependendo da dinâmica competitiva do mercado.
“A Claro continua tendo os menores preços, mas não tem dado sinais de que será mais agressiva. Pelo contrário, o mercado tem seguido um caminho de maior racionalidade, incluindo a retirada de algumas ofertas com uso ilimitado,” escreveu o analista.
Por fim, no segmento de planos pós-pago, a TIM disse que pretende implementar reajustes de preços no segundo trimestre deste ano, para buscar recuperar a inflação e repassar os aumentos de ICMS que ocorreram no final do ano passado.
A ação da TIM fechou a R$ 17,84, com a empresa valendo R$ 43,1 bilhões na B3.