A XP iniciou a cobertura do setor de meios de pagamento com recomendação de ‘compra’ para o PagBank e ‘neutra’ para a Stone.

Além da questão do preço, os analistas Bernardo Guttman, Matheus Guimarães, Marco Nardini e Rafael Nobre enxergam que “a integração do ecossistema bancário do PagBank oferece um perfil de risco-recompensa mais atrativo.”

O time de analistas acredita que o PagBank está melhor posicionado para o cenário de queda de juros e uma retomada mais forte das PMEs – o seu grande porto seguro e que ainda tem menos concorrência em comparação a outros segmentos.

Além disso, o PagBank pode ter uma revisão nas projeções de lucro com “uma execução sólida e crescimento na carteira de crédito”, diz a XP.

Nos últimos doze meses, os papéis de Stone e Pagseguro tiveram um forte valorização, subindo 76% e 68%, respectivamente.

Nas contas da XP, a Stone negocia a 11,3x o seu lucro estimado para 2024, enquanto o PagBank negocia a 8,3x.

Com isso, a XP vê um upside adicional de 38% para o PagBank e 17% para a Stone – ambas ações têm preço-alvo de US$ 19.

Na visão dos analistas, a Stone tem diferenciais competitivos importantes: uma rede de distribuição mais avançada tecnologicamente e eficiente; um atendimento superior; e uma plataforma mais abrangente e com portfólio de produtos interligados à soluções de software.

“Mas embora reconheçamos o seu potencial como um vencedor de longo prazo, acreditamos que o valuation já reflete uma perspectiva positiva,” escreveram os analistas.

A XP também enxerga oportunidades para a Stone em serviços bancários e crédito – apesar da alta inadimplência que a empresa enfrentou em anos recentes – com a reestruturação das equipes e produtos.

“Mas não está claro para nós se a empresa será capaz de ser um player relevante em um mercado dominado por bancos,” disseram os analistas.

O fechamento de capital da Cielo também pode representar um aumento da concorrência, mas na visão da XP o pico da disputa mais predatória ficou para trás.

Recentemente, as duas empresas tiveram revisões feitas por analistas do sellside, mas com Stone como a preferida do setor.

O JP Morgan aumentou os preços-alvos de Stone e PagBank para US$ 20 e US$ 14, respectivamente, mas manteve a recomendação de ‘neutro’ para ambos os papéis .

Já o Bradesco deu um upgrade na Stone para ‘outperform’ e aumentou o preço-alvo para US$ 21.

O banco da Cidade de Deus enxerga o P/E estimado para 2024 de 11,1x como atrativo – ao contrário dos 10,3x do PagBank, que tem preço alvo de US$ 16 e recomendação ‘neutra’.