O Bradesco recentemente se viu no meio de uma controvérsia sobre o consumo de carne.
Independente das preferências e hábitos alimentares de cada um – prerrogativas individuais – o banco tem orgulho de seu compromisso histórico com o fomento da produção pecuária brasileira, cuja qualidade é reconhecida mundialmente.
Pessoalmente, nos anos 1970, ao gerir a Pecplan Bradesco Pecuária Planejada, empresa vocacionada à melhora do rebanho pela inseminação artificial, conheci de perto a capacidade de gestão, inovação e desenvolvimento tecnológico da pecuária brasileira.
Desde aquela época, a força inovadora do setor se manifestava pelo empenho em desenvolver novas matrizes genéticas para a evolução do rebanho nacional. Temos tradição, competitividade e criatividade no campo.
Nossa pecuária é parte da revolução do agronegócio brasileiro, que surpreende o mundo. No início da década de 1970, o Brasil importava alimentos. Hoje, é um dos cinco maiores exportadores de proteína animal, cana de açúcar, soja, café, frutas, cereais, entre outros produtos.
As safras brasileiras alimentam 1,5 bilhão de pessoas e são essenciais para a segurança alimentar do planeta.
Essa evolução foi resultado da construção das cadeias produtivas do agronegócio, com destaque para a da carne bovina, que há quase meio século integrou os fornecedores de serviços e insumos, as indústrias de processamento e a comercialização de seus produtos.
Empresários e profissionais visionários, com o apoio de instituições de pesquisa, estruturaram o setor para ganhar competitividade global. Da porteira para dentro, avanços tecnológicos contribuíram com mais da metade do aumento do valor da produção.
A modernização da gestão empresarial tornou o setor um dos mais dinâmicos da economia brasileira, e a perspectiva de crescimento do PIB para a próxima década tem no agro um propulsor fundamental.
Analistas projetam que a atividade do campo deverá bater novos recordes de produção. A atividade do gado de corte em 2020 teve uma evolução de 28% sobre 2019, enquanto a agroindústria com base na carne cresceu 20% e os serviços do agronegócio, que mantiveram essa máquina alimentícia em movimento, evoluíram 25%.
A previsão para este ano é a de que esses números sejam superados com novos recordes.
A Organização das Nações Unidas para a Alimentação e a Agricultura, a FAO, projeta um aumento da demanda mundial por produtos agrícolas da ordem de 60% nos próximos 30 anos, na medida em que o crescimento dos países asiáticos, sobretudo da China, integra dezenas de milhões de novos consumidores a cada ano.
Com o potencial e a produtividade que tem, o agronegócio brasileiro pode suprir grande parte dessa expansão.
No ano que se inicia, a retomada econômica e a criação de empregos deve ser a meta comum a todos. Esse esforço está associado ao dinamismo de setores como o agronegócio.
O aumento da oferta de grãos, carne e leite, entre outros produtos, é um objetivo estratégico do País e um dos consensos que poderão transformar esperanças em realizações.
Um feliz e produtivo ano novo a todos.
Luiz Carlos Trabuco Cappi é presidente do conselho de administração do Bradesco.