A WEG vai investir R$ 100 milhões para expandir sua capacidade de produção de packs de baterias de lítio — um mercado em franca ascensão no Brasil que surfa a tendência da eletrificação das economias.

O investimento será feito em duas etapas.

Primeiro, a WEG vai aumentar as dimensões do prédio onde esses packs são fabricados hoje, na sede da companhia em Jaraguá do Sul, Santa Catarina. Na sequência, vai construir uma nova fábrica que deve ficar pronta até o primeiro semestre de 2024, também em Jaraguá do Sul.

Quando os dois investimentos estiverem prontos, a WEG espera multiplicar sua capacidade de produção dos packs de baterias de lítio por 10x; somados, seus packs fornecerão 1 gigawatt-hora de energia por ano.

Os packs incluem módulos de baterias, células de íons de lítio (importadas) e tubos de refrigeração.

Os packs da WEG são vendidos principalmente para veículos pesados (como ônibus e caminhões) e para sistemas de armazenagem de energia, para uso na geração solar e eólica.

O investimento é relativamente pequeno para o tamanho da WEG: representa apenas 0,1% do market cap da companhia e cerca de 5% do capex estimado para este ano e para o primeiro semestre do ano que vem. 

Ainda assim, o anúncio é “marginalmente positivo”, na visão do JP Morgan, já que permite um maior crescimento no segmento de mobilidade elétrica, “que estimamos possa adicionar entre R$ 6 bilhões e R$ 25 bilhões em receitas para a WEG até 2031.”

Além de fabricar packs de baterias de lítio, a WEG também faz  pontos de recarga de carros elétricos, entre outros produtos. 

O BTG também notou que a capacidade produtiva “altamente competitiva” da WEG vai criar uma barreira de entrada relevante para um novo player no segmento de packs de baterias de lítio. Hoje, a WEG é a única a produzir esses equipamentos no Brasil.

“No longo prazo, a nova capacidade da WEG em packs de baterias vai permitir que a companhia atenda a demanda crescente por armazenamento de energia,” disse o BTG. 

A WEG negocia hoje a cerca de 24x o EBITDA estimado para este ano, nas contas do JP Morgan. Para efeito de comparação, a média dos peers internacionais é de 14,9x.

A companhia vale R$ 164 bilhões na B3.

A WEG disse que não tinha executivos para comentar o assunto.