A Warner Music está pagando US$ 250 milhões pelo catálogo de músicas de David Bowie — na mais recente transação de um mercado que tem atraído bilhões de dólares nos últimos anos.
O catálogo de Bowie é composto por 26 álbuns de estúdio gravados ao longo de suas seis décadas de carreira, incluindo clássicos como “Life on Mars” e “Let’s dance”.
A expectativa da Warner é que este acervo gere receita por décadas na medida em que as músicas continuem a ser tocadas em streamings, no rádio ou usadas em filmes e propagandas.
Agora dona do catálogo, a Warner pretende trabalhar melhor as fontes de receita, segundo o Financial Times.
Desde a morte de Bowie em 2016, o catálogo estava nas mãos dos herdeiros – sua segunda mulher, Iman, e seus três filhos – que agora fizeram a venda.
A transação de hoje vem num momento em que o mercado de direitos autorais de músicas está aquecido em todo mundo.
Nos últimos anos, músicos lendários como Bob Dylan, Stevie Nicks e Bruce Springsteen venderam seus catálogos para gravadoras ou fundos de private equity por cifras multimilionárias.
No mês passado, Springsteen vendeu os direitos da sua obra para a Sony Music por US$ 550 milhões; em junho, David Guetta colocou US$ 100 milhões no bolso vendendo seus direitos para a Warner.
Segundo o Financial Times, a Warner levantou US$ 535 milhões em dívidas no mês passado para financiar mais aquisições.
Além de gravadoras, esse mercado tem cada vez mais atraído gestores de private equity.
A KKR e a Blackstone levantaram fundos com bilhões de dólares para comprar direitos autorais, enxergando-os como ativos de renda fixa que geram um yield previsível e interessante num cenário de juros baixos.
No Brasil, uma das primeiras gestoras a entrar neste mercado foi a Adaggio, que levantou R$ 60 milhões para comprar acervos brasileiros e já adquiriu os catálogos de artistas como Molejo, Legião Urbana e Jorge Aragão.