O UBS BB acredita que as empresas de telecom brasileiras estão à beira de um turning point importante, apesar das incertezas macro deste ano.

O banco elevou sua recomendação para a Vivo de ‘neutro’ para ‘compra’ e reiterou sua ‘compra’ para a TIM.

Para o UBS, há quatro motivos para ser otimista com o setor. O primeiro é que em momentos de aversão a risco, as empresas de telecom tendem a performar melhor que o mercado, como já tem acontecido nos Estados Unidos. O segundo é que as companhias devem conseguir repassar a inflação este ano para os preços de seus planos. 

O terceiro é que as adições líquidas de banda larga atingiram o pico em 2022, e o financiamento para empresas que queimam caixa secou — o que deve favorecer a consolidação do setor, beneficiando as grandes companhias.

Por fim, o UBS acredita que os downgrades para os lucros das telcos não devem impactar a geração de caixa e os dividendos dessas companhias em 2023 e 2024. “Além disso, os lucros devem normalizar em 2024,” escreveram os analistas Leonardo Olmos, André Salles e Lucas Chaves.

O UBS também tentou quantificar o impacto do fim dos juros sobre o capital próprio, um dos grandes temores dos investidores em relação ao setor. 

“Se esse benefício for removido, vemos um downside risk para os nossos valuations da Vivo e TIM de 10% para cada, já que a taxa efetiva de impostos subiria de 20% para 30%,” dizem os analistas.

Para eles, dois fatores podem compensar parcialmente essa perda: se o governo reduzir o imposto das empresas para compensar o aumento; e se a TIM e a Vivo começarem a reduzir seu capital e pagar dividendos extraordinários. “Com uma redução de capital, a métrica de eficiência dessas companhias, em termos de alocação de capital, poderia ser muito maior.”

O UBS disse que depois de uma redução nos lucros de 2022, o mercado ficou “cauteloso demais com a Vivo.”

“O free cash flow yield de dois dígitos para 2023 e 2024 é raramente visto e ignora o valor da ‘defensividade’ da ação,” escreveram os analistas. “Acima disso, esperamos que o mercado melhore em 2023, com um crescimento acima da inflação para o setor.” 

O UBS também espera uma reaceleração do crescimento da Vivo em 2023 e 2024, resultando num lucro forte em 2024 (alta de 30%) e, consequentemente, num aumento nos dividendos. 

A ação da Vivo sobe 1,3%, a R$ 41,13. A companhia vale R$ 69 bilhões na Bolsa.

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