O Santander começou a cobrir a Vivara com uma recomendação de compra, citando o valuation atrativo da varejista de jóias e o potencial de expansão da Life, a marca de acessórios de prata da companhia.

O banco vê a Vivara negociando a 13x seu lucro estimado para o ano que vem e a um PEG Ratio — a divisão do P/L pelo CAGR dos últimos anos — de 0,7x (em comparação a 0,9x da Arezzo e 1,1x da Renner).

Essa métrica “faz da Vivara uma barganha e uma adição atraente para qualquer carteira de longo prazo,” escreveram os analistas Eric Huang e Ruben Couto.

O Santander colocou um preço-alvo de R$ 33 para os próximos doze meses — um upside potencial de cerca de 40% em relação ao preço de tela. Por volta do meiodia, o papel sobe 7,5%.

Para os analistas, um dos pontos chave da tese de investimento é a expansão da Life, que surgiu em 2011 como uma linha de produtos e foi separada como uma marca independente recentemente.

A estimativa do Santander é que a Vivara possa abrir “facilmente” de 30 a 40 lojas da Life por ano até 2026, chegando a mais de 200 lojas. Nesse cenário, a marca responderia por quase metade (42%) da receita da empresa.

“Acreditamos que a precificação de seus produtos os posiciona para competir diretamente com outros acessórios e roupas (como saltos altos e vestidos) na hora de comprar presentes, o que implica uma expansão de seu potencial de crescimento.”

Esse crescimento da Life também deve contribuir para um aumento das margens da companhia, dado que a marca tem uma margem bruta maior que a Vivara.

O Santander também disse que a posição de dominância da Vivara (um market share de 14% em comparação a 2,8% do segundo player do setor) permite que ela tenha um modelo de negócios verticalizado, que contribui para os resultados.

“Essa escala permitiu que a empresa operasse uma fábrica na Zona Franca de Manaus, onde são fabricados 80% dos produtos vendidos,” escreveram os analistas. “Na nossa visão, só essa escala permite diluir os custos de produção e logística, justificando seu modelo verticalizado.”

Para o Santander, os maiores riscos da tese são a execução desse plano agressivo de expansão e o fim de dois benefícios fiscais que a Vivara tem hoje, o que poderia reduzir o valor justo da empresa em 20%.