A inflação do iPhone vai doer no bolso dos americanos.

Com o tarifaço de Donald Trump, haverá uma onda de reajustes nos preços dos produtos eletrônicos vendidos nos EUA, quase todos produzidos na Ásia.

As estimativas sobre o impacto final variam, mas no caso do iPhone o reajuste pode chegar a 43%.

A Apple vem diversificando seus fornecedores, com a Índia ganhando relevância na montagem dos aparelhos. Ainda assim, a maioria dos iPhones ainda é made in China – e as tarifas impostas ao gigante asiático foram elevadas a 54%.

Se a Apple repassar totalmente o preço, um iPhone 16  basicão vai subir de US$ 799 para US$ 1.142 nas lojas americanas, um reajuste de 43%, diz uma reportagem da Reuters citando como fonte as estimativas da Rosenblatt Securities. Fazendo a conversão pelo câmbio de hoje, o valor fica pouco abaixo do cobrado no Brasil.

Um iPhone Pro Max com memória de 1 terabyte subirá de US$ 1.599 para US$ 2.300, o que, pelo dólar turismo, dá pouco mais de R$ 14.000. Na Apple Store do Brasil, esse modelo sai por R$ 14.299 – e dá para parcelar.

As contas foram feitas antes da decisão – ainda não confirmada – de Trump impor uma tarifa adicional de 50% contra os chineses, elevando a carga total para 104%.

O UBS Wealth Management também fez suas próprias contas e chegou a valores mais baixos. Um iPhone 16 Pro montado na China deve ficar 29% mais caro. Já o aparelho feito na Índia subirá ‘apenas’ 12%.

Ainda segundo o UBS, o Apple Watch produzido no Vietnã ficará 19% mais caro nas lojas americanas.

O tarifaço não atinge apenas os bens de consumo. Os servidores fabricados em Taiwan poderão ter um reajuste de 27% nos EUA, diz o UBS.

“Tendo como base nossa pesquisa com as empresas, há muita incerteza sobre como o aumento dos custos será distribuído pelos fornecedores, o repasse nos preços finais para os consumidores e a duração das tarifas,” escrevem os analistas do banco suíço.

“Com mais perguntas do que respostas, é praticamente impossível estimar precisamente o impacto nos lucros das empresas de tecnologia,” diz o banco, citando a “complexidade das tarifas retaliatórias e negociações bilaterais.”

Segundo a CNBC, o Morgan Stanley estimou que a Apple poderá perder U$ 34 bilhões ao ano em receita caso não repasse os preços e absorva o aumento de custos nos EUA.

Além disso, a ‘barreira psicológica’ dos US$ 999 historicamente tem sido importante para a companhia, conhecida por seus produtos caros. 

Ainda não se sabe também como serão afetados os preços dos computadores. Parte dos Mac saem da Tailândia, atingida com tarifa de 37%. As vendas da Irlanda, onde são feitos iMacs, ficarão sujeitas a tarifa de 20%.

A Bloomberg cita o Brasil como uma alternativa para a Apple, uma vez que a tarifa do País será de módicos 10%. “Mas as linhas de produção brasileiras são minúsculas em comparação com as da Ásia.”