Diego Martins, o fundador da Unico, está deixando o cargo de CEO para assumir como CTO global do unicórnio de identidade digital, liderando os esforços de internacionalização da idtech.
Para substituí-lo, Diego contratou Sergio Chaia, que foi CEO da Nextel entre 2006 e 2012. Naquele período, Chaia promoveu um crescimento exponencial da empresa: o EBITDA saltou de R$ 100 milhões para R$ 2 bilhões.
Mais recentemente, Chaia tem atuado como um ‘coach de CEOs’, e já trabalhava como adviser da Unico há um ano.
“Ele foi coach de quase todos os unicórnios do Brasil, então tem uma capacidade de leitura de pessoas muito interessante, além de entender muito do mundo de tech,” Diego disse ao Brazil Journal.
O empreendedor tem uma relação antiga e de confiança com Chaia, que foi seu mentor quase desde a fundação da empresa.
Chaia será o CEO Brasil da Unico, e a ideia de Diego é criar uma posição de CEO global no futuro, quando os mercados internacionais tiverem representatividade no negócio.
A Unico — que foi avaliada em US$ 2,6 bilhões em sua última rodada — começou sua internacionalização pelo México, onde abriu uma operação em beta no ano passado e já conquistou algumas fintechs como clientes.
O plano agora é acelerar o crescimento no México e simultaneamente entrar em Portugal — o que deve ser feito por meio da aquisição de um player local.
Na sequência, o plano da Unico é entrar nos Estados Unidos, um mercado mais complexo dadas as diferenças de regulação entre os estados.
O fundador explica que a Unico decidiu fazer sua internacionalização por meio de uma plataforma tecnológica comum a todas as geografias – em vez de construir uma plataforma para cada país em que entrasse. “Então, quem tem que liderar a internacionalização é o time de tech, e é por isso que estou assumindo como CTO global,” disse ele.
A ideia de Diego é passar uma temporada nos Estados Unidos para entender o mercado local, e depois levar uma vida nômade, morando entre Portugal, México, EUA e Brasil.
A oportunidade de internacionalização da Unico ficou mais clara depois que Diego participou do Fórum de Davos.
“Saí de lá com a conclusão de que nos próximos três a cinco anos o tema de identidade do usuário nas redes sociais e plataformas de IA vai ganhar muito força – ou porque as empresas vão proativamente fazer isso para evitar problemas, ou porque os governos vão começar a regulamentar.”
Para ele, isso vai criar uma janela de oportunidade única de criar a infraestrutura global de identidade para as pessoas nas redes sociais e no mundo digital.
“Se os governos entenderem que o caminho é identificar – em vez de censurar – isso vai ser muito importante e vai ter um impacto grande. Quando a pessoa está identificada, isso a inibe de compartilhar fake news e discursos de ódio,” disse ele.
A Unico vai iniciar sua internacionalização com os produtos que já tem, focados na identificação biométrica de clientes de bancos e do varejo.
Mas a ideia é apostar também nessa frente das redes sociais e IA.
Além das mudanças no C-Level, a Unico anunciou que fez o spinoff de uma de suas verticais, a Unico Skill, uma assinatura que as empresas pagam mensalmente, dando a seus funcionários o direito de fazer cursos e faculdades.
Esse produto foi lançado no ano passado e já faz R$ 20 milhões de receita/ano, o que estimulou a empresa a fazer o spinoff.
“Além disso, é um produto que não tem relação nenhuma com nossos outros produtos. Então entendemos que era importante lhe dar uma vida própria para que ele cresça mais,” disse Diego.
A Unico está buscando um CEO para tocar essa operação, e a meta é triplicar a receita para R$ 60 milhões este ano. No início de 2025, o plano é captar uma rodada para essa startup.