A companhia catarinense anunciou hoje sua maior aquisição no Brasil com a compra da TGM, uma fabricante de turbinas e transmissões com sede em Sertãozinho (SP) que faturou R$ 238 milhões em 2015.
A TGM tem exposição internacional e atende 40 países, mas seus principais produtos são voltados para o segmento de co-geração de energia a partir de biomassa, especialmente de cana-de-açúcar.
Trata-se da terceira aquisição da WEG este ano e a 23ª desde 2010.
Nascida em 1961, a WEG – que leva as iniciais dos fundadores Werner Voigt, Eggon Silva e Geraldo Werminghaus – começou a exportar ainda nos anos 70.
Mas foi só nos anos 2000 que ela deu início à agressiva estratégia de crescimento por aquisições que a transformou numa multinacional com CEP no Brasil. Hoje, a empresa tem fábricas em 20 países e 57% de sua receita vem do mercado externo (o número inclui exportações e produtos fabricados fora do País); em 2008, por exemplo, essa fatia não chegava a 35%.
Depois de crescer cerca de 10% desde o começo do ano passado, a receita da operação internacional contraiu 1,6% no terceiro trimestre (em moedas locais, sem contar a variação cambial).
As ações da WEG, que chegaram a subir 22% no ano até uma máxima de R$ 18,30, devolveram a alta após o balanço e hoje negociam a cerca de R$ 14,80. Ainda assim, a WEG negocia a 20 vezes o lucro estimado para 2017.
No mercado doméstico, apesar do faturamento ainda em queda (no terceiro trimestre o recuo foi de 8,9%), o management da WEG disse no mês passado que ficou ‘bastante claro’ que a tendência de desaceleração no Brasil foi superada, ainda que a recuperação deva acontecer de forma ‘lenta e gradual’.
Ainda há muita incerteza no segmento de motores elétricos, que representa boa parte da receita e da rentabilidade da companhia, mas há um otimismo crescente em relação ao segmento conhecido como GTD (geração, transmissão e geração de energia elétrica).
Em outubro, o governo fez o primeiro leilão bem sucedido em anos de linhas de transmissão, com R$ 11,6 bilhões em investimentos esperados até 2021. Projetos que demandam mais R$ 20-40 bilhões em investimentos devem licitados nos próximos dois a três anos. Como a WEG tem uma participação de 35% a 40% no mercado de subestações de transmissão de energia, todo esse investimento deve se traduzir em faturamento na veia.