Em meio a um mercado ainda adverso para o financiamento de startups, o Gympass acaba de levantar uma nova rodada – sua sexta desde a fundação em 2012.

A Série F fechou em US$ 85 milhões, elevando o valuation da empresa para US$ 2,4 bilhões. A rodada foi liderada pela EQT — o veículo de investimento da família sueca Wallenberg, com quase US$ 250 bilhões em ativos — e a gestora Neuberger Berman, uma gestora de Nova York fundada em 1939 e que hoje tem mais de US$ 430 bilhões sob gestão.

A empresa brasileira de wellness tem entre seus principais acionistas o SoftBank, que em 2021 investiu US$ 220 milhões, avaliando o Gympass à época em US$ 2,2 bilhões.

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Na rodada anterior, em 2019, o SoftBank havia liderado um aporte de US$ 300 milhões, avaliando o negócio em US$ 1 bilhão e colocando-o entre os primeiros unicórnios brasileiros.

A General Atlantic e a Moore Strategic Ventures, que já tinham participação no Gympass, acompanharam a nova rodada, mas comprando ações de outros investidores. O SoftBank ficou de fora.

Nos últimos dois anos, o Gympass conseguiu superar a crise da pandemia e manteve um crescimento expressivo. Ainda assim, seu valuation andou pouco nesse período – um indicador das restrições de capital neste ciclo de aperto monetário global.

A fórmula de crescimento do Gympass são suas parcerias com empresas que oferecem as assinaturas com direito ao uso de academias e aulas de yoga ou pilates como benefício aos funcionários. Hoje já são mais de 15.000 clientes corporativos, um aumento de 80% em 12 meses.

Existe uma grande expectativa em relação ao IPO do Gympass, mas o CEO Cesar Carvalho disse ao Brazil Journal que a abertura de capital não é a prioridade do momento. O objetivo é consolidar a presença da empresa nos 11 países em que ela está presente.

“Temos muito chão para crescer nesses 11 mercados. Tem ainda muita pista no Brasil, pista infinita nos EUA, na América Latina e na Europa,” disse Cesar.

A peça central do pitch do Gympass é que o valor investido no benefício é muito inferior à economia que as empresas têm com os gastos de saúde de seus funcionários depois que eles começam a se cuidar.

Segundo Cesar, estudos feitos nos últimos três anos mostram que quando um funcionário começa a fazer uma atividade física ao menos uma vez por semana, há uma redução média de 35% nos gastos da empresa com sua saúde.

No estudo ROI do Bem-Estar, feito pelo Gympass ouvindo 2 mil executivos de recursos humanos, 78% dos entrevistados disseram que os programas de bem-estar ajudam a reduzir custos com despesas relacionadas à saúde.

“Queremos contribuir para mudar esse paradigma, investir no bem-estar das pessoas para que elas não fiquem doentes, enquanto o foco tem sido gastar mais com saúde,” disse Cesar. “É isso que vai resolver o problema da saúde nos EUA, no Brasil e em outros países.”

O Gympass foi fundado por Cesar e Vinicius Ferriani, que eram colegas de trabalho na McKinsey, em sociedade com João Thayro, que conheceram quando trabalhavam num projeto de CVC.

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