A Ultragaz anunciou um acordo operacional com a holandesa Supergasbras para compartilhar suas bases de armazenamento e envase de GLP, o gás de cozinha.
O acordo vai aumentar a eficiência dessas operações num momento em que a pressão inflacionária tem obrigado as empresas do setor a repassar os custos para o consumidor final – aumentando o preço do botijão.
(Para quem não é do setor, as bases de armazenamento de GLP são os locais onde as distribuidoras recebem os botijões usados vazios, qualificam esses botijões e os enchem novamente com o GLP para a entrega ao consumidor final.)
Na prática, o acordo vai permitir que a Ultragaz use bases de armazenamento de GLP da Supergasbras em regiões onde ela não tem escala suficiente para justificar a construção de uma base própria.
Nessas regiões, a Ultragaz era obrigada a fazer a entrega dos botijões a partir de bases distantes, aumentando drasticamente seu custo logístico.
Da mesma forma, a Supergasbras vai poder usar bases da Ultragaz – permitindo que a empresa do Grupo Ultra tenha mais volume nessas bases, diluindo os custos da operação.
Como resultado do acordo, as margens comerciais da Ultragaz devem aumentar – ou a empresa pode repassar esse ganho de eficiência ao consumidor, aumentando suas vendas e market share.
“O negócio de GLP tem uma barreira importante que é precisar de bastante escala para funcionar bem,” disse uma fonte próxima à empresa. “Essa transação vai nesse sentido, junta as duas empresas apenas neste lado da escala. Mas as duas companhias continuam concorrentes fortes da base para fora… na venda dos botijões e na marca.”
Segundo essa fonte, “é muito difícil que esse acordo evolua para algo além disso.”
Com o acordo, a Ultragaz vai passar de 19 bases de armazenamento e engarrafamento de GLP para 26. A distribuidora tem operação em todos os estados do Brasil, mas ainda tem uma penetração pequena no Norte.
A transação ainda precisa ser aprovada pelo CADE.