O artigo abaixo foi publicado originalmente no site americano MarketWatch em 9/1/2020.
O Presidente Donald Trump diz que nossa economia é “a melhor que já tivemos,” e quer cavalgar essa afirmação falsa até um segundo mandato.
Não vou deixá-lo se safar dessa. Eu tenho o histórico — nos negócios e no governo — para mostrar à América o que é uma verdadeira liderança econômica.
É verdade que o mercado de ações está em sua máxima histórica. Mas quase metade do país não tem ações. E sim, a taxa de desemprego está baixa. Mas quase metade de todos os trabalhadores trabalham em empregos que pagam US$ 18 mil/ano em média. Na realidade, a fatia da renda nacional destinada aos trabalhadores — ao invés dos investidores — está próxima da mínima histórica.
Há riqueza demais em muito poucas mãos. E enquanto algumas cidades grandes estão indo muito bem, grande parte do país está sofrendo; nossa classe média está sendo esvaziada; e os trabalhadores americanos estão sendo espremidos pelo alto custo de tudo, da saúde à moradia.
Como candidato, Trump prometeu se debruçar sobre esses problemas. Como presidente, ele esteve nos bolsos dos interesses especiais que dominam Washington.
Lembram quando o candidato Trump prometeu mudar as coisas para as pessoas comuns — os americanos esquecidos?
Pois é. O presidente Trump promoveu o maior corte de impostos para os ricos da história, e quase todo esse dinheiro vai para pessoas como eu, que não precisam.
Lembram quando o candidato Trump se postou na frente da fábrica da GM em Lordstown, Ohio, e prometeu mantê-la aberta?
Em 2018, essa fábrica fechou.
Lembram quando o candidato Trump prometeu “proteger os agricultores”?
Ano passado, os agricultores perderam bilhões de dólares, e muitos perderam suas fazendas, como resultado direto de suas tarifas e da guerra comercial.
Repetidamente, o candidato Trump fez promessas econômicas aos trabalhadores que ele não tinha intenção de cumprir. E, não deu outra, ele quebrou todas elas.
Para ser justo, enfrentamos problemas econômicos sérios antes do presidente Trump assumir o comando. Essa é uma das razões porque ele ganhou. Ele prometeu corrigi-los.
Mas, ao invés disso, ele piorou as coisas.
Precisamos eleger um líder que possa entregar mudanças reais — não apenas falar sobre elas — e criar mais empregos de qualidade, com bons salários, por toda a América.
Eu sei que posso fazer isso, porque eu já fiz.
Nascido numa família de classe média, onde meu pai nunca ganhou mais de US$ 6 mil por ano, eu tive a sorte de ter uma boa educação e construir meu caminho para o topo começando de baixo. Quando fui demitido, comecei uma companhia do zero que hoje emprega mais de 20 mil pessoas. Pagamos bons salários e damos os melhores benefícios de saúde que o dinheiro pode comprar, incluindo seis meses de licença parental — com salário integral.
Como prefeito de Nova York, ajudei a criar quase 500 mil novos empregos, a maioria deles fora de Manhattan.
Quando fui eleito pela primeira vez, logo após o ataque terrorista de 11 de setembro, a pergunta que todo mundo fazia era: Você pode reconstruir Lower Manhattan?
Nossa resposta foi: sim, mas isso não é o bastante.
Decidimos reconstruir todas as áreas da cidade, começando pelas de fora de Manhattan, que enfrentaram décadas de abandono industrial e decadência. Espalhamos bons empregos com bons salários nessas comunidades. Eu sei que podemos levar esse tipo de progresso para toda a América.
Nesta semana, no Sul de Chicago, anunciei alguns dos elementos-chave da minha estratégia para criar milhões de empregos de qualidade onde mais se precisa deles, investindo em áreas do país que foram machucadas pela globalização e automação, e que foram ignoradas pelo governo federal por tempo demais.
Para começar, vou aumentar dramaticamente os gastos com pesquisa e desenvolvimento, em mais de US$ 100 bilhões. Ao invés de enviar esse dinheiro apenas para alguns poucos lugares que já têm enormes orçamentos de pesquisa, como Harvard e Stanford, vamos enviar para lugares como Akron, Ohio, onde estive hoje.
A forma como vamos fazer isso é financiando novas “fábricas de emprego” em Akron e em todo o país, com o objetivo de levar oportunidades para lugares que não tem o suficiente. Chamamos elas de fábricas de emprego porque é o que elas vão produzir: empregos. Elas farão isso gerando descobertas científicas numa gama variada de áreas, o que vai gerar milhões de empregos de qualidade em áreas como energia limpa, agricultura sustentável, manufatura avançada e saúde pública.
Também vamos garantir que os americanos tenham as habilidades que precisam para fazer esses trabalhos — apoiando as faculdades comunitárias, os estágios e programas de treinamento de todo o país.
Além de preparar as pessoas para bons trabalhos, vamos modernizar o contrato social entre empregado e empregador — para que os trabalhadores sejam protegidos, não importa onde trabalhem.
Faremos isso trabalhando para garantir licença médica paga e licença família paga para todos os trabalhadores — assim como fazemos na minha empresa. Vamos apoiar o direito de todo trabalhador de se organizar e barganhar coletivamente — incluindo funcionários contratados e temporários, muitos dos quais precisam ter dois ou três empregos para colocar comida na mesa.
Eu sei que muitos candidatos falam que vão criar bons empregos. Mas para mim, criar bons empregos não é apenas algo que eu falo a respeito. É o que passei minha carreira inteira fazendo.
Essa é uma parte importante da mensagem que precisamos para derrotar o Trump. Estou pronto para isso.