Donald Trump está prometendo acabar com os incentivos ao carro elétrico caso retorne à Casa Branca – eliminando subsídios que estão no centro da política de Joe Biden para a transição verde. 

O republicano também disse que vai impor uma tarifa de 100% sobre os elétricos importados – incluindo os fabricados no México, país que faz parte do Nafta, o tratado comercial da América do Norte. 

10108 758bd999 9090 00d0 0000 96a1aedf939d“Vocês não conseguirão vender esses carros,” disse Trump em um comício recente. 

Um detrator histórico de regras mais restritivas para os combustíveis fósseis, Trump vem buscando conquistar o apoio – e principalmente as doações – dos executivos da indústria automobilística americana e das petroleiras. 

O republicano não deu detalhes sobre quais serão as medidas em relação aos limites de emissão – nem falou se irá reverter o programa de transição anunciado recentemente.  

Biden fixou a meta ambiciosa de que os elétricos representem mais da metade dos carros novos vendidos nos EUA até 2032. A política foi balizada seguindo recomendações da Environmental Protection Agency (EPA). 

O presidente americano, contudo, já deu alguns passos atrás em suas iniciativas a favor dos elétricos.

Recentemente, deu mais flexibilidade para as montadoras fazerem a transição de seu mix de motores. Pela proposta original da EPA, 60% da frota deveria ser elétrica até 2032. 

Em 2024, as vendas dos carros exclusivamente elétricos devem alcançar 1,5 milhão de unidades nos EUA em 2024, aproximadamente 10% do total. 

Biden também decidiu impor uma tarifa de 100% contra os elétricos produzidos na China. Procura, dessa maneira, contra-atacar o discurso protecionista de Trump e proteger a indústria local da enxurrada de chineses subsidiados. 

As montadoras instaladas nos EUA estão fazendo investimentos de US$ 100 bilhões para ampliar a eletrificação da frota – e mesmo que Trump ganhe e elimine subsídios haverá demanda pelos elétricos, dizem os especialistas.  

Mas é improvável que a transição siga na trajetória esperada atualmente. 

“Se Trump for eleito, com certeza não alcançaremos as metas de Biden,” Margo Oge, uma ex-diretora da EPA, disse ao New York Times. 

Uma vitória de Trump em um cenário de Congresso dominado pelos republicanos poderia representar a reversão de pelo menos parte do Inflation Reduction Act, aprovado em 2022. A legislação concedeu US$ 370 bilhões em créditos tributários para a produção de baterias e carros elétricos.

Há, no entanto, motivos para duvidar das reais intenções de Trump. Um de seus grandes apoiadores tem sido Elon Musk, o fundador da Tesla, que, segundo o Wall Street Journal, pode até se tornar um assessor formal de Trump caso ele seja eleito. 

Pode ser que a retórica de Trump acabe se mostrando mais anti-China do que anti-Tesla. 

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