A Temu — um ecommerce de moda chinês que compete diretamente com a Shein – está processando sua rival nos Estados Unidos, alegando que ela estaria violando a lei antitruste americana.

No processo, a Temu diz que a Shein estaria “ameaçando, intimidando e coagindo” fabricantes de roupa para impedi-los de trabalhar com a concorrente, que entrou recentemente nos EUA.

A disputa foi reportada pela Bloomberg, que teve acesso à íntegra do processo. 

A Temu diz que a Shein teria dominado mais de 75% do mercado americano de ‘ultra fast-fashion’ desde que entrou em 2017. Quando a Temu decidiu tentar capturar uma fatia do bolo, em 2022, a Shein respondeu forçando fabricantes locais em contratos de fornecimento que excluem a Temu.

“A Shein iniciou uma campanha de ameaças, intimidações, falsas afirmações de infração e tentativas de impor multas punitivas sem fundamento e forçou acordos de exclusividade com fabricantes de roupas,” diz o documento, protocolado na Justiça americana na semana passada. 

A Temu disse ainda que a Shein usou pelo menos quatro estratégicas para “sufocar” a concorrência, incluindo a aplicação de multas e punições para os fornecedores que trabalham com a Temu e a exigência de assinar “juramentos de lealdade.”

O processo diz ainda que, em maio, a Shein exigiu que todos os 8.338 fabricantes que fornecem ou vendem produtos na plataforma da Shein fechassem acordos de exclusividade que impedem que eles vendam para a Temu.

Esses fabricantes representariam de 70% a 80% de todos os fabricantes capazes de fornecer produtos para o mercado de ‘ultra fast-fashion’.

“A Shein sabe que os fabricantes precisam de seu volume e de seu acesso ao mercado americano e, portanto, é capaz de coagir eles em acordos que forçam os fabricantes a não fazer negócios com a Temu,” diz o documento. 

O processo parece ser uma resposta da Temu a um ataque que a Shein teria feito antes, também na Justiça americana. 

Segundo a Bloomberg, a Shein processou a Temu alguns meses atrás, acusando a rival de violação de marca e direitos autorais e de “práticas de negócios falsas e enganosas.”

A disputa na Justiça mostra o modus operandi das duas gigantes — e como a competição entre elas está esquentando cada vez mais.