José Carlos MagalhãesA Tarpon Investimentos quer ser mais influente na Metalúrgica Gerdau, onde a gestora comandada por José Carlos “Zeca” Magalhães já é a maior acionista individual, com uma fatia do capital total maior até do que a família que dá nome ao negócio.

Desde fevereiro do ano passado, a Tarpon tem pelo menos 20% das ações PN da Metalúrgica. A família Gerdau, por sua vez, ainda tem a maioria do capital votante da empresa, por meio da qual controla a Gerdau SA, que é listada separadamente.

A agenda ativista da Tarpon privilegia uma maior recompra de ações em detrimento dos investimentos em mais capacidade na siderurgia. Em outras palavras: a Tarpon acredita que, nos preços atuais, a Metalúrgica teria um retorno maior recomprando suas próprias ações do que investindo em novos projetos.

Entre outras coisas, a Tarpon acha que a Gerdau está focando demais em sua expansão na Índia, e que as margens do seu negócio na América do Norte deveriam estar mais próximas às de seus concorrentes americanos, que lucram mais.

Para promover essa agenda ativista, a Tarpon deve contar com o apoio de Luiz Alves Paes de Barros, que pretende se candidatar ao conselho da Metalúrgica representando os minoritários. Tio de Zeca e um dos maiores investidores individuais na Bovespa, Alves já é dono de mais de 5% das ONs da Metalúrgica.

***

A Tarpon também está voltando ao conselho das Lojas Marisa, do qual já participou anteriormente. Zeca indicou Gustavo Wigman, ex-analista de empresas de consumo da Goldman Sachs e do Credit Suisse e agora funcionário da gestora.

A Tarpon administra cerca de R$ 9 bilhões em recursos de terceiros. Depois da BRF, onde a gestora colocou cerca de um terço desse capital, Metalúrgica Gerdau e Marisa são as duas maiores posições dos fundos da Tarpon.

As ações da Metalúrgica Gerdau estão em queda de 10% nos últimos 12 meses. A Marisa cai 52% no mesmo período, enquanto o Índice Bovespa cai 6%.

Analisando-se os últimos cinco anos, a Metalúrgica Gerdau não faz feio quando comparada aos concorrentes. Enquanto a Metalúrgica perdeu 15% de seu valor de mercado no período, a CSN perdeu 51% e a Usiminas, 41%.