A Tarpon acaba de comprar uma participação minoritária relevante na True Source, uma marca de suplementos alimentares voltada para a alta renda.

Por meio de sua vertical Tarpon 10b – que investe em empresas ligadas à agricultura e alimentação – a gestora fez um aporte inicial de R$ 48 milhões na True Source, mas pode chegar a R$ 150 milhões nos próximos anos dependendo dos resultados alcançados. 

A True Source foi fundada em 2019 em Vitória, no Espírito Santo, por Patrick Schilte e Cristina Prado, que já tinham experiência na importação e venda de suplementos alimentares.

A companhia, que tem produção própria na capital capixaba, emprega 105 pessoas e vem crescendo 60% ao ano, de acordo com os fundadores.  

Com os recursos, a empresa quer acelerar seu crescimento e aumentar sua penetração no varejo. A True Source hoje tem produtos em 4.000 pontos de venda e quer alcançar 10.000 até 2027, especialmente com a entrada em supermercados e farmácias. 

Segundo Schilte, até 2017 era muito difícil uma empresa nacional conseguir competir com os importados, sempre vistos como de maior qualidade.

Além disso, os suplementos ainda eram muito ligados ao universo dos bodybuilders e ‘marombeiros’ das academias. 

Mas a partir de 2018, com a criação de um marco regulatório para o setor pela Anvisa, tudo mudou. 

“A Anvisa facilitou o entendimento da população de que o suplemento era um alimento. Antes, as pessoas tinham um preconceito ou ficavam assustadas,” Patrick, o CEO da companhia, disse ao Brazil Journal.

Durante a criação da marca, a True Source percebeu outra coisa: para crescer nesse mercado era preciso criar produtos que, além de saudáveis, fossem saborosos. 

“Sempre ouvimos reclamações de quem consumia suplementos a respeito do sabor, [dizendo] que tomavam só por obrigação,” disse Cristina. “Vimos isso como uma dor, então não liberamos nenhum produto que não seja gostoso.”

Um dos produtos mais populares da empresa é um whey protein de coco que, segundo Cristina, se tornou um diferencial.

Mas para além de uma marca de suplementos, a True Source quer ser vista como um clean label: uma empresa que usa ingredientes reconhecíveis e saudáveis (e que cobra mais por isso).

Não à toa, a empresa vem criando produtos destinados a públicos cada vez mais específicos: como suplementos para bebês e mulheres na menopausa. 

Com o envelhecimento do brasileiro, a Euromonitor calcula que o mercado de suplementos alimentares deve sair de R$ 4,3 bilhões no ano passado para R$ 9,5 bilhões em 2028.

É neste crescimento que a Tarpon está de olho, e o aporte na True Source é o primeiro da gestora no setor. Antes, o Tarpon 10b só havia investido em empresas mais ligadas à agricultura, como a Kepler Weber, Seedz, Rúmina e a Rehagro.

“Chegamos a entrar em negociação com outras empresas que tinham um posicionamento mais voltado para o volume, e preferimos seguir no caminho do crescimento com rentabilidade,” disse Marcelo Lima, o sócio da Tarpon responsável pela estratégia.

Além da Tarpon, outras companhias vêm investindo forte no setor. A Vinci comprou a Farmax há três anos, que se tornou uma consolidadora e no ano passado adquiriu a Sanavita e a Negra Rosa, marcas de suplementos alimentares.  

A Nestlé também fez uma grande aposta nos suplementos ao comprar a Puravida em 2022 – na época, a empresa faturava R$ 300 milhões. E em março, a Piracanjuba comprou a startup Emana, do apresentador e empresário Rodrigo Hilbert.