A Suzano anunciou um capex para o ano que vem 15% maior que o registrado este ano – e acima da projeção do mercado.

As ações da empresa abriram em queda de 4% nesta sexta-feira. Ao meio-dia, os papéis caíam cerca de 2,2%.

A fabricante de papel e celulose está projetando investimentos de R$ 18,5 bilhões para 2023. A diferença se dá especialmente pela adição de R$ 1,6 bilhão em seu projeto Cerrado, “considerando investimentos industriais, florestais, infraestrutura e logística”. 

O projeto, no entanto, permanece com o orçamento inicial de R$ 19,3 bilhões, mas a companhia está antecipando alguns pagamentos para fornecedores para se beneficiar de sua forte geração de caixa. 

De acordo com o Itaú BBA, o anúncio é ligeiramente negativo já que o banco esperava um valor próximo de R$ 17,9 bilhões. Já o BTG esperava algo mais próximo de R$ 13 bilhões.

Não por acaso, o BTG espera um aumento da alavancagem da Suzano em 2023.

Estimativas do banco apontam que a alavancagem da empresa deverá subir para 2,2x no ano que vem (ante 1,8x previsto anteriormente). “Mas a empresa está claramente em uma posição confortável para suportar desembolsos acelerados,” diz o banco em relatório.

Por outro lado, o BTG acredita que o próprio projeto Cerrado não está precificado na ação e pode acrescentar até R$ 12 por papel.

A visão é bem diferente do Bradesco BBI, que tem recomendação de venda para os papéis. Segundo relatório do Bradesco, a notícia de aumento do capex não surpreendeu, pois já havia sido sinalizado pela Suzano durante um evento realizado pelo banco em novembro.

O que mais preocupa o Bradesco é o preço da celulose, especialmente por conta de novas ofertas chegando ao mercado e uma demanda global mais fraca.

A visão do Bradesco é distinta de seus pares. O BTG Pactual continua trabalhando com o preço da celulose acima dos R$ 700/t no ano que vem e tem recomendação de compra das ações.

O Itaú BBA coloca a ação da Suzano à frente da Klabin, principalmente por ter mais exposição à celulose do que a concorrente. O preço-alvo da ação é de R$ 70, um upside de 35% ao valor de tela. 

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