A SmartFit acaba de anunciar que está comprando os 50% que ainda não detinha na Sporty Panamá, a joint venture criada em 2020 que opera a marca Smart Fit no Panamá e na Costa Rica. 

A Sporty Panamá tem 28 academias e fez uma receita líquida anualizada de US$ 22 milhões no terceiro trimestre, com um EBITDA de US$ 10,9 milhões.

A SmartFit está pagando US$ 59,3 milhões pela participação.

A aquisição ocorreu agora porque o outro acionista da JV exerceu sua opção de venda. No total, a Smart Fit vai desembolsar US$ 79,9 milhões pela companhia, considerando os US$ 19,9 mi que já havia investido. 

Esse valor equivale um múltiplo de cerca de 7,3x o EBITDA anualizado do terceiro tri – inferior ao múltiplo que a própria Smart Fit negocia hoje na Bolsa (em torno de 10-11x EBITDA 2023).

A aquisição será paga em duas parcelas: a primeira, de US$ 25 milhões, já este mês; a segunda, daqui a um ano.

A aquisição é relativamente pequena para o tamanho da empresa, que tem 1.157 academias e um faturamento anual de quase R$ 3 bilhões.

Mas “a transação é muito boa, dado o valuation baixo por uma empresa que cresce muito e o funding quase zero que será necessário,” disse um gestor comprado no papel. “A segunda parte da aquisição, a Smart Fit vai conseguir pagar praticamente só com a geração de caixa da própria empresa comprada.”

Para esse gestor, a aquisição também é positiva porque mostra que a Smart Fit tem uma “válvula de escape.”

“Num momento em que investir no Brasil está no mínimo questionável, ela tem vários outros mercados onde ela pode alocar capital com bons retornos,” disse ele.

Hoje, cerca de 50% da receita da Smart Fit vem de fora do Brasil, incluindo mercados como México, Chile, Colômbia e Peru.

A Smart Fit disse que o plano da Sporty é continuar crescendo de forma orgânica nos dois mercados onde atua.

A companhia vale R$ 7,4 bilhões na B3. O papel cai mais de 7% por volta das 13 horas em meio à uma queda generalizada na Bolsa com a decepção dos investidores com as primeiras medidas do Governo Lula.